Paraná terá quatro parques “privatizados”

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O governo do Paraná analisa a possibilidade de repassar para a iniciativa privada a gestão turística de quatro unidades estaduais de conservação ambiental: os parques de Vila Velha, do Guartelá, do Monge e da Ilha do Mel. O resultado deve ser anunciado no fim do ano, após a conclusão de um estudo de viabilidade econômica que está sendo feito pelo Instituto Semeia, de São Paulo.

Segundo o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Guilherme de Camargo Vasconcellos, o Semeia não irá cobrar pelo trabalho.

Juntas, as quatros unidades recebem 250 mil visitantes ao ano – equivalente a um quarto do número anual de turistas do Parque Nacional do Iguaçu. Contudo, os números podem ser bem maiores. Nos anos 2000, o Parque de Vila Velha chegou a ter 90 mil visitantes ao ano. Mas a quantidade vem caindo. Em 2013, foram 71 mil e, no ano passado, 64 mil pessoas estiveram no parque. O novo projeto para o Parque de Vila Velha deve incluir o Centro de Excelência em Geociências. Como foi mostrado na edição de domingo da Gazeta do Povo, trata-se de um espaço, que chegou a ser chamado de Museu de Geologia, e espera há oito anos os preparos finais para ser aberto ao público.

O Parque Estadual do Monge já vem há anos passando por projetos de revitalização, como noticiamos aqui.

O formato de gestão será decidido somente depois que várias opções de melhorias para ampliar a visitação forem consideradas. Entre os modelos que estão sendo avaliados está a concessão à iniciativa privada, a parceria público-privada (PPP) ou a adoção por uma organização. O estudo faz parte de um projeto maior, chamado de Parques Paraná, que irá buscar soluções para estimular o turismo em 14 unidades de conservação. Também os preços devem ser definidos. Algumas das unidades não têm pagamento de ingresso atualmente, como é o caso da visitação dos cânions do Guartelá.

Clóvis Borges, diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), reforça que, além de fazerem os parques gerarem renda e melhorarem o receptivo aos turistas, é preciso levar em consideração os aspectos ambientais. “Os parques não podem continuar desprotegidos”, comenta. Ele afirma que a parte destinada aos turistas no Parque Nacional do Iguaçu é organizada, mas que na ampla extensão da unidade continuam ocorrendo casos de caça e tráfico de animais, por exemplo. Borges espera que o foco mais atento nas unidades estaduais resulte em mais proteção para as áreas.

 

Empresa administrará ponto turístico em Foz

Um ponto turístico municipal que recentemente passou às mãos da iniciativa privada foi o Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu. O local está abandonado e precisará ser reformado. A licitação foi realizada no início de junho e a vencedora foi a Cataratas S/A, que já administra o Parque Nacional do Iguaçu. Entre as obrigações da vencedora está a construção de três torres em formato de araucárias e a revitalização do receptivo aos turistas. A empresa acrescentou uma atração extra e irá construir uma vila cenográfica que representará as missões jesuíticas, para destacar a história dos povos indígenas que foram catequizados pela Companhia de Jesus. A proposta inclui ainda um píer e um memorial ao explorador espanhol Cabeza de Vaca. As obras devem estar prontas em dois anos.

 

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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