“..Eu e a Lau saímos bem cedo de Londrina, antes das 5:45, pela viação Ouro Branco com destino à pacata cidade de Sapopema, distante cerca de 120km…Faltando quase 5km antes de chegar à Sapopema, as 9hrs saltamos no asfalto bem na entrada de uma discreta estrada de terra saindo pela direita, mais precisamente a ´Estrada do Lambari´…”
Diferente daquela vez, onde encontrar cia era a coisa mais difícil do mundo, agora íamos motorizados com a nossa parceira habitual de rolês norte-paranaenses, a retada Elenice. Por isso não houve necessidade de madrugar e dessa forma zarpamos da “Pequena Londres” pouco depois das 8:30hr. Viagem esta que a despeito da distância transcorreu até mais rápida que o previsto, uma vez que o tempo passou voando quando embalado em animada conversa.
Abandonamos o asfalto da PR-090 antes das 10hr e nos pirulitamos por uma interminável via de chão na direção oeste. A placa indicando o bairro do Lambari deu lugar a um enorme portal de madeira que dá as boas vindas á “Serra das Nuvens – Associação de Turismo Rural”, onde uma nota de rodapé no portal sinaliza a direção do Pico Agudo. Na verdade, pro pico durante todo trajeto está muito bem sinalizado e cheio de propagandas dos atrativos locais, ao
contrário da vez anterior, onde tomamos vários perdidos a pé.
“..Ajeitamos as cargueiras nos ombros e pusemo-nos a andar sem pressa alguma, afinal tínhamos 22kms de chão pela frente…Mas não deu nem meia hora de caminhada e conseguimos carona num fusca caindo aos pedaços indo no sentido desejado, ou pelo menos, perto dele.. Saltamos no pacato bairro do Lambari e continuamos à caminhada. O local nada mais é que um punhado de casas, pequenas chácaras, uma quadra, um barzinho e a sempre tradicional igrejinha espalhadas ao largo da estrada… Mas não deu nem 20 min de pernada que conseguimos nova carona, desta vez num sacolejante caminhão que ia buscar materiais num sítio mais adiante...”
Prosseguimos no carro subindo suavemente a encosta de um morro pra descê-lo logo em seguida, lugar de onde já avistávamos a sucessão de vales e serras que deveríamos vencer apenas pra alcançar a base do nosso destino, cujo cume naquele momento se encontrava totalmente encoberto por nuvens opacas. Sim, o tempo parecia não colaborar como da vez anterior, onde o sol literalmente fritou nossas cabeças num dia de tempo tão quente quanto límpido.
Fizemos uma breve parada no bairro do Lambari pra tomar um breve desjejum no “Bar do Edu”, regado na base dum salgado e um pingado, e qual surpresa constatar que o lugar ainda permanece parado no tempo, sem grandes mudanças. Na sequência, o trepidante trajeto a seguir deixou o Vale do Lambari, adentrando cada vez mais no largo Vale do Esperança. Subindo e descendo colinas consecutivas, destaque pras íngremes encostas forradas de verde claro salpicada de boizinhos e pra beleza rústica da Fazenda Primor, dominando o lado direito. E conforme se avança, víamos a abaulada Serra Chata e Serra dos Agudos cada vez mais próximas, porém ainda encobertas por fina nebulosidade.
“...A carona no caminhão nos deixou perto do Assentamento São Luiz as 11hrs, onde casebres dividiam espaço com uma quadra e uma escola à margem da estrada. Localizada quase a 14km do asfalto, o lugar tem condução coletiva bastante irregular… Foi ali onde até fomos convidados pra almoçar pelo diretor da escola local, convite tentador que tivemos que declinar em prol da nossa caminhada, uma vez que ainda tínhamos cerca de 8kms até o pé da montanha…Chapinhamos então pelo ribeirão Esperança (que corta a estrada) e adentramos numa região predominantemente de reflorestamentos”
Se o bairro do Lambari continua o mesmo, o Assentamento mais ainda. No entanto, a travessia do ribeirão Esperança, diferente da vez anterior, foi meio tensa pois a Elenice duvidou que seu frágil Palio pudesse suportar aquele momento off-road. Dai fui lá eu testar a profundidade do córrego e a consistência das lajes rochosas sob ele, pra depois dar sinal verde pra motora, que passou sem problemas aquele obstáculo natureba. Logo mais adiante, numa subida mais íngreme, o veiculo patinou na lama colocando em cheque nosso avanço. Mas com jeitinho e bom senso saímos de mais esse apuro.
“… Após cruzar então um trecho de reflorestamentos trombamos com uma placa escancarando Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda Inho-ó, ou seja, uma unidade de conservação paranaense, e tome porteira trás porteira estrada acima… Descansamos um pouco e prosseguimos nossa interminável chinelada em meio a pinnus e eucaliptos, agora cruzando os dois largos vales da Serra do Gato. Do outro lado, chegamos numa rústica fazendinha quase aos pés da Serra Chata, cuja pedra homônima destoava lateralmente na forma de um imponente paredão vertical. Atrás desta víamos claramente nosso destino elevando-se elegantemente sobre o chapadão ao lado de uma curva do Rio Tibagi…O caminho a seguir apresentou-se cada vez mais precário e estreito, contorna a base da Serra Chata envolto na sombra da floresta, cruza trocentas porteiras e desce à base da Serra dos Agudos, agora bem à nossa frente… Uma vez lá, com sol a pino meado de tarde, havia um rústico casebre com criação de porcos e galinhas, mas sem sinal algum de gente...”
Pois bem, chegamos então no mesmo ponto da placa e foi a partir dali que começaram a se mostrar as mudanças significativas desde minha experiência na região. A placa agora escancarava “Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda Inho-ó – Fazenda Zamarian – Propriedade Particular”, do lado de uma porteira de madeira trancada, barrando acesso, e uma espécie de guarita improvisada vazia. Não demorou pra vir um rapaz com prancheta anotar nossos nomes e abrir a dita cuja. Seu nome era Roberto e nos colocou a par da nova situação do lugar: que um novo fazendeiro era dono daquela região e mediante acordo com a prefeitura de Sapopema controlava o acesso ao pico.
Pagamos então o ingresso de R$10 e ainda pedimos pro Roberto nos dar carona á base da montanha, distante ainda 7kms. Isto porque o caminho a partir dali era bem mais precário e a Elenice não queria judiar mais do seu bravo Palio. Seguimos então no carro do Roberto pelos dois vales da Serra do Gato em alta velocidade, enquanto o motorista me contava das benfeitorias que seriam instauradas em breve pra receber mais turistas, tanto pro pico como pras cachoeiras das redondezas. E assim, após algum sacolejo ao circundar a Serra do Gato, chegamos no local onde deveria haver uma rústica casinha mas não havia mais nada. Apenas vestígios de um antigo coxo. O mais importante era que o Pico Agudo descortinava-se bem a nossa frente, imponente, nas brechas que a nebulosidade permitia. Um maciço elevava-se daquela clareira, num misto de Pedra do Baú com Morro do Pai Inácio, onde sua crista escarpada mostrava um fundo recorte no seu contraforte sul. Geologicamente o pico é classificado como meseta, pois seu cume é achatado, embora bastante acidentado.
“.. Eram exatamente as 15hrs e fui atrás da trilha pra subir o pico, mas aqui as infos coletadas eram bem desencontradas. Procurei durante meia hora e nada, mas por sorte cruzamos com um tiozinho a cavalo que nos passou as coordenadas certas, além de comentar sobre um suposto tesouro jesuíta escondido num dos contrafortes da serra. Tocamos então por uma crista, seguindo um trilho de boi até dar num coxo, cruzamos uma florestinha até o pé do morro e dali bastou acompanhar uma cerca que subia a encosta. Pronto. Dureza foi a ausência de trilha definida, nos obrigando a abrir caminho em meio ao alto capim-colonhão, isso num calor sufocante. Subimos um tempão assim, nadando vigorosamente no capinzal, morro acima. O mato só deu trégua quando a declividade apertou mais, na base das primeiros paredões de arenito. E tome escalaminhada hard, onde nos segurávamos tanto nas aderências rochosas, arbustos e capim a margem do caminho. Trecho tão penoso quanto demorado em virtude das pesadas cargueiras que portávamos, diga-se de passagem. Cruzamos pedras pitorescas com as curiosas alcunhas de ´Pedra do Pato Donald´, ´Pedra da Broa´ e uma com as inscrições ´Pedra da Desistência – Renda-se!´, num trecho mais empinado. Passado este trecho o terreno suaviza em meio a baixos arbustos até finalmente cair no cume do morro...”
Chegamos ao meio-dia então numa grande clareira ao pé do morro, na cota dos 720m de altitude, onde havia poucos veículos estacionados e alguns jovens voltando do pico. O tempo esquentava rápido dando sinais de abrir dali em diante. Ali havia uma placa inconfundível indicando a entrada da trilha do morro, algumas infos ambientais e vestígios de construção de um futuro posto de apoio ao aventureiro, o que me recordou muito a Fazenda do Dilson, no famoso PP. Sim, o acesso ao pico já não tinha segredo algum e estava bem evidente desta vez.
Dessa forma nos despedimos do Roberto, que foi dar apoio aos trilheiros que recém-chegavam, ajeitamos as mochilas e começamos nossa jornada montanha acima. Mergulhamos então no frescor da mata fechada num caminho que começou suave e empinou bem mais adiante. O aroma da vegetação nativa se mesclava ao de limoeiros, que naquele início de pernada abundam, assim como pés-de-goiaba, que deixaram as meninas animadas. No trajeto, vale salientar, trombamos só com dois pequenos grupos retornando do pico.
O caminho emerge da mata um trecho bem breve pelo alto capinzal, apenas pra nos dar um vislumbre do pico logo acima, pra afundar novamente na floresta alocada na encosta do morro, agora em nível e sempre tocando pro sul. Este trecho de floresta é muito bonito e agradável de se andar e a gente o apelidou de “Bosque dos Duendes”, a semelhança do seu homônimo de Monte Verde, tendo a luz natural lindamente filtrada pelas frestas do arvoredo. Placas alertando de cuidado com animais silvestres e de evitar deixar lixo dividem espaço com claras marcações e trechos fitados, de modo que torna impossível se perder. As cores da mata, por sua vez, pulsavam de vida desde os trechos floridos até os menos intensos com samambaias.
Na cota dos 900m cruzamos com um oportuno correguinho despencando da serra, onde é possível molhar o rosto ou bebericar o precioso líquido. A partir dali a vereda muda de direção e sobe a íngreme encosta pra noroeste, como que acompanhando sinuosamente o pequeno vale do supracitado córrego. Apesar da declividade nosso ritmo era compassado, mesmo com alguns obstáculos no caminho, como gigantes da floresta tombados que bastava apenas saltar ou contornar. Não bastasse, a umidade noturna deixava o chão de terra levemente liso, nos obrigado a ter cautela redobrada a cada passo dado.
Por volta dos 1000m abandonamos a mata fechada pra sair no aberto, inicialmente cruzando um trecho curto de alto capim-colonhão pra depois as vistas descortinarem o quadrante leste parcialmente coberto de brumas, porém, no nível da Serra Chata. E após uma primeira ziguezagueada pela encosta desnuda, tropeçamos com o primeiro lance de escalaminhada quase vertical na cota dos 1080m, agora auxiliados por uma oportuna corda. Claro que vou na dianteira, tateando o terreno assim como orientando as meninas onde agarrar e se apoiar.
No patamar superior a ascensão arrefece e aparenta suavizar, mas é ali que o panorama ao redor muda completamente. A vegetação reduz seu tamanho a arbustos e espinhentos gravatás, assim como a presença de rochas e paredões de arenito domina o caminho. Imediatamente reconheço a “Pedra do Pato Donald” e a “Pedra Broa”, até que nos deparamos com mais um enorme paredão na frente, onde outra corda nos auxilia a ganhar 20m verticais duma vez só! “Caramba, como que foi conseguimos subir isto com cargueiras nas costas e sem corda pra dar apoio?”,pensei comigo mesmo. Pois é…
Após esse obstáculo vem um último trecho de escalaminhada bem fácil, onde não vimos mais as antigas inscrições da “Pedra da Desistência”, daí a vereda se embrenhou sinuosamente entre rochedos pra depois abrandar de vez em meio a vegetação baixa arbustiva e desembocar de vez no alto. Pronto.
“…Chegamos no topo da Serra dos Agudos a exatas 18hrs e desmaiamos na precária (e única) sombra sob um mirrado arbusto, apreciando a linda paisagem a nossa frente, tão majestosa que descansamos um pouco para abranger-lhe os limites no horizonte onde o mar verde-escuro das matas se perdia. Depois fomos dar uma geral no longo e estreito cume do P.A, dominado basicamente de pequenos arbustos, mas principalmente de bromélias e rainhas-do-abismo… E após deixar nossa marca no livro de cume, montamos acampamento na única clareira decente, capaz de comportar duas barracas bem apertadas. Lixo? Nenhum. O topo é bem exposto, mas como não havia sinal algum de chuva nem de vento não nos preocupamos muito. Na sequência, jantamos e imediatamente nos recolhemos, exaustos daquele dia perrengoso...”
Alcançamos os quase 1224m do alto do morro as 13:45hr e nos empoleiramos numa lajota do extremo norte do alto, onde descansamos e beliscamos um lanche. As brumas chegavam e rapidamente se dispersavam, dando uma noção da instabilidade atmosférica daquele inicio de tarde, mas que felizmente ao menos nos brindava com efêmeras janelas do fabuloso panorama ao redor: á leste descortiva-se tanto a Serra Chata quanto o Vale do Rio Esperança; à oeste se tem vista privilegiada do Rio Tibagi percorrendo o cânion mais profundo do PR, com incríveis 650m de profundidade! Nesse impressionante desfiladeiro de arenito ouve-se o rugido furioso da famosa “Corredeira do Inferno”, no Rio Tibagi, temido obstáculo que os bandeirantes e jesuítas enfrentaram no século passado. A visão se completa com o enorme Chapadão do Tibagi, ou seja, o gigantesco contraforte de quase 6km de extensão que corresponde à Serra Grande, bem a nossa frente. Dizem as velha lendas que por existe por aqui uma gruta assombrada que guarda um tesouro jesuíta, da qual infelizmente não vimos sinal.
Descansados, percorremos os quase 100m do topo até sua extremidade sul, onde pra minha surpresa havia 3 enormes clareiras e muito lixo espalhado ao redor, infelizmente. Uma vez no final da crista temos a vista espetacular da Torre Menor (ou Agulha de Mack), enorme muralha de pedra desgarrada do maciço principal, parcialmente oculta pelo nevoeiro que por sua vez lhe conferia um aspecto quase místico. Aqui encontramos também um livro de cume, deixado pelo pessoal do CPNP (Clube de Montanha Norte Paranaense, que chama o pico de “Templo do montanhismo Norte Paranaense”), e que todos fizeram questão de assinar. Infelizmente, boa parte das pedras ao longo da crista estavam pichadas ou riscadas, demonstrando o nivel de desrespeito que os novos frequentadores tem pelo meio ambiente. E nos arbustos mais próximos, o mau cheiro e abundância de mosquitos denunciava o banheiro a céu aberto que o “Peá” se tornara de dez anos pra cá, noutra triste constatação.
“...A manhã amanheceu envolta numa camada de nuvens baixas que se dispersaria mais tarde. Sem pressa, arrumamos nossas tralhas ao mesmo tempo em q engolíamos nosso desjejum, as 7:40. Incrivelmente, a descida foi mais rápida que nossa penosa ascensão. Com paradas na casinha ao pé da serra, na fazendinha a meio caminho e após muita chinelagem chegamos no Assentamento São Luis por volta do meio dia e meio. Exaustos, felizmente negociamos com dois garotos motorizados uma oportuna carona que nos poupou os 14km que nos separavam do asfalto. Mas não sem antes uma rápida parada no bairro do Lambari, onde bebericamos alguma coisa decente, pra depois só conseguir embarcar no latão de volta pra Londrina somente as 16:30hr, onde só chegamos no comecinho da noite...”
Ficamos menos de hora no cume quando o céu se fechou de repente, fustigando nosso rosto com fina e fria garoa. Permanecemos mais um pouco na esperança do tempo melhorar, sem sucesso. Daí não nos restou opção senão retornar, uma vez que nossa intenção era apenas fazer um bate-volta ao pico. Descemos cautelosamente os paredões, principalmente porque agora estavam lisos feito sabão por conta da umidade, chuvinha que pareceu abrandar no momento em que já estávamos no miolo da floresta.
Pisamos enfim no inicio da trilha por volta das 15:30hrs, onde não havia ninguém. Sem sinal de celular pra chamar o Roberto, não nos restou opção senão caminhar os quase 7kms que nos separavam da entrada da fazenda. Vale salientar que qualquer tentativa de resgate deve ser agendada previamente na fazenda ou pelo orelhão do Assentamento São Luis. E tome chão, onde pelo menos o tempo dava sinais de melhora nos dando a oportunidade de nos despedir do Pico Agudo, cujos imponentes contrafortes agora brilhavam a luz de meados de tarde, erguendo-se naquele tapete de verde mata. E após muita e cansativa chinelagem, chegamos no veiculo lá pelas 18hr onde tomamos o rumo em direção a Londrina, onde chegamos inicio da noite. E da mesma forma que a vez anterior, não sem antes uma breve parada no “Bar do Edu” afim de bebemorar a empreitada.
Recapitulando posteriormente ambas experiências, confesso que subir atualmente o Pico Agudo não tem mais segredo e tá bem mais fácil que antes, a despeito da precária estrada até sua base. São inegáveis também as benfeitorias promovidas pelo atual proprietário em tornar a trilha de acesso mais agradável e segura pro topo. Entretanto, falta um controle e fiscalização mais rigoroso no que se refere ao acesso deste número maior de visitantes. O Roberto comentou que em dias ensolarados o pico recebe quase até 200 visitantes(!?), o que justifica a imundície e degradação que o topo infelizmente escancara. Tá certo que o pico se torne gerador de renda ao município, mas é preciso atentar ao impacto ambiental que essa visitação descontrolada provoca. Sim, essa é a triste sina de lugares silvestres que se popularizam sem o devido planejamento. Assim sendo, minhas boas lembranças do “Peá” ficarão apenas reservadas ao passado, onde o pico era um lugar apenas reduto de legítimos aventureiros conscientes e dos antigos fantasmas que suas lendas contam.
PS: o relato na íntegra da primeira aventura está no link abaixo
https://altamontanha.com/longa-jornada-ao-pico-agudo/
1 comentário
Salve Jorge!
Bacana ver esse seu novo registro da situação do lugar. Eu, no passado distante, fui inspirado pelo seu primeiro relato (pioneiro na internet, ) a “descobrir” a região, e a conheci ainda semi virgem. Atualmente me decepciona ver aquele local tão depredado e explorado comercialmente, o que infelizmente denota a falta de consciência dos visitantes, excitados com a febre (ou modinha) que virou a visitação a locais que misturam belezas naturais e desafio de acesso.
Isso inclusive tem me feito refletir muito sobre a NOSSA responsabilidade na divulgação de locais como este, que por um lado ainda que sejam super explorados pelo capitalismo do segmento eco turístico, são sub respeitados e sub conservados. Digo “nossa” porque também eu no passado divulguei muito o Peá e hoje me sinto um pouco culpado pelo que se vê no local.