Português chefia expedição ao Kilimanjaro para determinar a sua altitude exata

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O geofísico Rui Fernandes partiu hoje para Dar-es-Salam, na Tanzânia, onde na próxima semana irá chefiar uma expedição internacional ao monte Kilimanjaro destinada a medir com exatidão a altitude do maior pico da África.

Da equipe fazem parte seis portugueses, todos eles pesquisadores ou docentes de geografia e geofísica das universidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Algarve e Guarda.

“Começamos a escalada na quarta-feira e o regresso a Lisboa está previsto para 12 de Outubro”, afirmou o pesquisador Fernandes, acrescentando que “são precisos seis dias para subir e outros dois para descer, sendo que no topo ficarão poucas horas fazendo a medição.

A proposta é determinar exatamente a altitude do maior pico da África enquanto elevação autónoma, fixada em 5.890 metros, mas cujas anteriores medições registam variações que chegam a ser de três metros.

“Trata-se de reduzir essa incerteza, causada por deficiências das tecnologias usadas anteriormente e da falta de pontos de referência rigorosos”, disse este cientista de 41 anos, investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa e professor na Universidade da Beira Interior.

“Após a recolha de dados, baseados em gravímetros e tecnologia de GPS, será preciso um mês para chegar ao resultado final” – acrescentou.

A expedição, que envolve um total de 14 pessoas, inclui um holandês, um norte-americano e dois egípcios, sendo os restantes quenianos e tanzanianos.

Deste grupo só seis subirão ao pico do Kilimanjaro, entre os quais Rui Fernandes e outros dois portugueses, ficando os outros a fazer levantamentos na base para elaborar a malha de pontos de referência necessária ao apuramento final do resultado.

A iniciativa recebeu um apoio extraordinário da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), de uma empresa norte-americana de equipamentos de medição, a Trimble, de uma agência de viagens, da Câmara da Lousã, conselho onde Rui Fernandes tem residência, e do Licor Beirão.

“Se tivermos êxito, festejaremos o feito com algumas garrafas de licor que levo na bagagem”, confidenciou o geofísico, que se lança nesta aventura sem experiência de montanhismo, mas com uma determinação à altura do desafio.

“Tenho apenas experiência de caminhadas e de BTT, mas estou convencido de que conseguirei lá chegar”, tanto mais que para chegar ao topo do Kilimanjaro “basta caminhar, não é preciso escalar – concluiu.

Rui Fernandes é doutorado em Ciências da Terra e do Espaço pela Universidade de Delft, Holanda.

Fonte: RTP

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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