A Federação Paranaense de Montanhismo nasceu unicamente para representar os clubes de montanhismo no Paraná, como se o esporte estivesse restrito a estes quadros, mas tem caminhado a passos largos numa direção muito mais abrangente ao admitir a filiação direta dos esportistas. Isto rompe com algumas regalias projetadas para um futuro ainda distante, mas já visível no horizonte, desperta a fúria de alguns e o descontentamento de muitos outros. Mas não há motivo para desespero e ainda existem muitas formas e tempo para boicotar esta boa idéia.
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Passado um ano do devastador incêndio que consumiu a vegetação nas encostas do Getúlio e do Caratuva e quase isto da polêmica retirada de alguns degraus na trilha de acesso ao Pico Paraná retornei no sábado, 24 de outubro, a estas paragens com olhos críticos para avaliar mudanças na paisagem e no comportamento das pessoas que usufruem da paz destas montanhas.
Colocamos roupas secas e nos dirigimos ao quiosque da Vista Engenheiro Lacerda, no alto da estrada da Graciosa, pra tomar uma água de coco e comer uma espiga de milho verde. Silas, o atendente, mostrava-se curioso e ansioso para iniciar a conversa, mas antes queria certificar-se de onde estava pisando.
Começou perguntando:
– Foram nas Gêmeas? Pela picada da Santinha?
O Climatempo foi categórico: Fique em casa, que é roubada, o Simepar completava: Nem pense, vocês vão sifu e os amigos que conhecem o buraco foram unânimes: Tô fora, é fria, mas o Jorge Soto e seu parceiro Carlos, o Mamute faziam corinho: Vamos, vamos, vamos em frente.
Fotos: Jorge Soto e Carlos Filho
O despertador chama as cinco em ponto e imediatamente pulo da cama. É uma noite quente e curta, alguns sabiás já despertos enchem a madrugada com seu canto e visto as roupas de batalha. Nada além de calção, camiseta, um agasalho de pille e as botas de caminhada, tomo um rápido café enquanto a Solange prepara os sanduíches para a primeira jornada. Minutos depois estamos a caminho para apanhar o Elcio e o Batista que nos esperam na outra extremidade da cidade.
Fotos de Elcio Douglas Ferreira
Machu Picchu não foi uma cidade no rigor da palavra, mas tem quase tudo para ter sido uma. Também não foi uma fortaleza. Machu Picchu foi uma utopia e é nisso que resulta todo seu encanto e mistério.
Revisitando a história das civilizações andinas para enriquecer as páginas de Machu Picchu no mais clássico dos Roteiros Andinos de Altamontanha.com, http://roteirosandinos.altamontanha.com/machupicchu/, também reencontrei a monumental figura de Pizarro, o conquistador que desmantelou o Império Inca e me dei conta do quanto os grandes exploradores são demonizados pelas civilizações que se desenvolvem no seu rastro. Colombo também não recebe tratamento muito melhor, mas contra Pizarro as críticas sempre foram especialmente severas por conta do moderno mito do bom selvagem. Este mito difunde a visão errônea que o ameríndio estava isento das mazelas humanas até a conquista pela cultura européia.
Quando se imagina que a aventura havia terminado estando-se na porta de casa, é aí que tudo começa a dar errado.