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Contrariando o refrão do sambinha de Dorival Caymmi, Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé, eu realmente não nasci para Carnaval e a cada ano que passa me programo para uma viagem, em que no mínimo não tenha que ouvir um pandeiro retumbar!
A Cachoeira da Torre é daqueles programas q quase ninguém conhece por duas razoes: escassez de infos e, principalmente, por suas restrições de acesso. Primeira grande queda do Rio Perequê no planalto em seu acidentado trajeto rumo à baixada santista, localiza-se nos domínios do &ldquo,Polo Ecoturistico Caminhos do Mar&ldquo,, distrito periférico de SBC. Seu acesso é em tese proibido podendo ser eventualmente liberado mediante alguma burocracia p/ grupos guiados pré-agendados, a outra forma é meter as caras na portaria, contar com a sorte, alguma conversa fiada ou se valer de &ldquo,caminhos alternativos&ldquo,. Dessa forma, fizemos um bate-volta relativamente tranqüilo neste novo atrativo pouco conhecido nos arredores de SP, q alem de nos surpreender com uma das maiores cachoeiras do estado, vislumbra novas possibilidades de caminhadas e travessias neste rincão &ldquo,proibido&ldquo, da Serra do Mar paulistana.
Ali me acorda às 5:30. Como é horário de verão, uma hora a menos, na real são 4:30.
Para a maioria, o município de Cubatão é sinônimo de reduto unicamente industrial. Entretanto, a implantação do pouco conhecido Pq. Ecol. do Rio Perequê esta justamente pra mudar esta imagem, provando q a cidade ainda guarda lugares preservados de Mata Atlântica e rios de águas límpidas. E tb matas e trilhas, das quais a mais conhecida é a q percorre o sinuoso Vale do Rio Perequê até a Cachu Véu da Noiva. Porém, esta picada vai além da notória queda dágua e sobe o planalto resultando numa árdua travessia de respeitáveis 700m de desnível. Através de cristas sucessivas e descortinando novas perspectivas tanto da Baixada Santista como dos contrafortes serranos, a pernada finda próximo à BR-148, já nos limites de Cubatão com São Bernardo do Campo, no ABC.
Quando Mussa vem me trazer o chá, bem quentinho, constato mais uma vez que está nevando. São 6 horas. Tudo branco dos flocos que caem desde a madrugada.
Parece que os desejos de boa sorte estão me ajudando.
Mesmo contra alguns fatores negativos, consegui realizar meu sonho de escalar o vulcão Lanin, que fica a 67km de Junin de Los Andes, patagônia Argentina.
Muitos foram os caminhos coloniais utilizados pelos primeiros colonizadores europeus pra vencer a distancia entre o litoral e o planalto curitibano. Dentre eles, o Caminho dos Ambrósios (ou Caminho das Três Barras) foi um dos mais utilizados e, coincidentemente, um dos menos conhecidos. Iniciando na Baia de Babitonga (SC), corria por entre a sinuosidade escarpada da abrupta Serra do Mar catarinense através de ardiloso calçamento de pedras ate alcançar o alto do místico Monte Crista, pra dali prosseguir pelos campos altos em direção noroeste. E foi esta a vereda histórica q resolvemos palmilhar no sentido inverso, emendando também a subida ao Pico Garuva. O resultado é uma travessia de 3 dias árduos q une a beleza cênica natural nos planaltos e Campos do Quiriri, a verdejante Mata Atlântica de encostas e riachos encachoeirados com o encanto de vestígios de um caminho histórico ainda preservado, nesta região isolada e selvagem na divisa dos estados de SC e PR.
A pernada se manteve no mesmo compasso durante um bom tempo, ate q alcançamos uma beirada de serra onde tivemos o primeiro contato visual com o Monte Crista, as 12:13! Localizado num serrote esparramado à sudeste, ainda havia q vencer uma nova seqüência de cristas e morrotes menores até lá, com trilha bem obvia e visível! Com ritmo inabalável, continuamos nossa empreitada agora sob forte calor do inicio de tarde! Descendo através de cristas e cocorutos sucessivos e cada vez mais próximos do Monte Crista, passamos inclusive por blocos rochosos q escondiam tocas e algum lixo. Estávamos no rumo certo mesmo!