Guia brasileiro ajuda em resgate nos Andes

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Na tarde de ontem, 22/01, o montanhista e guia brasileiro Pedro Hauck participou de um resgate no Cordón del Plata. Ele e seu parceiro Sebastian Garcia estavam fazendo uma caminhada de reconhecimento bate e volta no Cerro Plata quando encontraram um grupo de pessoas próximo a Portezuelo, em Vallecitos. Entre eles estava uma mulher que ficou inconsciente após sofre um edema cerebral causado pelo mal de altitude.

Resgate de mulher inconsciente no Cerro Plata.

Montando maca improvisada com bastões de caminhada e corda.

O guia e seu parceiro se juntaram ao grupo para socorrer a mulher e improvisaram uma maca com bastões de caminhada e uma corda para baixa-lá. Eles também avisaram os guarda parques e arrieiros da região que subiram ao encontro do grupo com medicamentos. Ao melhorar um pouco a mulher foi transferida para uma mula, para agilizar a descida.

A mulher seguiu para o centro de saúde de Potrerillos onde foi atendida e esta em recuperação.

 

O que é um edema cerebral de altitude?

O Edema cerebral de grande altitude também conhecido pela sigla HACE, é caracterizado pelo inchaço cerebral causado pelo acúmulo de líquidos. Os sintomas são dor de cabeça, confusão mental e marcha instável e sem coordenação. Porém, eles podem evoluir para a perda da consciência e levar ao coma ou à óbito caso não seja tratado em tempo hábil.

Montanhista consumindo oxigênio para diminuir os efeitos da altitude.

Uma vez que os sintomas sejam detectados, é importante que a pessoa desça o mais rápido possível para altitudes menores. Além disso, podem ser utilizados oxigênio suplementar e Dexametasona para ajudar no reversão do edema.

Contudo, nos casos em que não é possível descer imediatamente, pode ser utilizado uma câmara hiperbárica portátil. Entretanto, o montanhista só ira se restabelecer completamente quando estiver em altitudes menores.

Como prevenir um edema em altitude?

Além do HACE, o corpo humano também pode sofrer com outras doenças causadas pela altitude. As principais são a Doença aguda das montanhas (AMS) e os Edemas pulmonares de grande altitude (HAPE).

Para evitar esses problemas a melhor recomendação é aclimatar bem. A maioria das pessoas consegue chegar a 3000 metros sem grandes problemas. Porém, para passar dessa altitude é necessário acostumar o corpo as novas condições atmosféricas.

Assim sendo, subir devagar e gradualmente, utilizando mais dias para chegar ao topo. Descer a acampamentos inferiores para dormir e deixar o corpo se recuperar e tomar muita água são as principais dicas para uma boa aclimatação.

Existem alguns fatores que aumentam os riscos dessas doenças como: Já ter tido um episódio de doença da altitude anteriormente, morar ao nível do mar ou abaixo de 900 metros, fazer esforços excessivos e chegar à exaustão, e dormir em altitude excessivamente alta. Pessoas que possuem um ou mais desses fatores devem dar mais atenção e tempo para a sua aclimatação.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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