O Covid-19 e o Corona Vírus

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De maneira simplista pode-se classificar as pessoas em duas categorias genéricas. Tem o grupo dos UNIVERSALISTAS cuja principal característica é acreditar na bondade intrínseca da humanidade. A eles se contrapõe os UTILITARISTAS que enxergam o mundo de forma fria e prática. Os primeiros pensam o mundo da forma como ele deveria ser e os segundos interagem com o mundo da forma que ele realmente é. O problema é que as coisas se misturam e ninguém é universalista ou utilitarista o tempo todo. Geralmente somos universalistas quando tratamos do problema alheio e utilitaristas quando o problema é nosso. Quando a farinha é pouca, meu pirão vem primeiro.

Julio Fiori no isolamento social.

As coisas se complicam de vez quando o universalista padrão se traveste de utilitarista (patrocinando ou executando uma ação prática para o bem da humanidade) parindo um TROUXA ou quando o utilitarista padrão disfarçado de universalista explora uma oportunidade (através do engodo) para impor seus objetivos, é o MAU Caráter.

E onde o Corona Vírus e a Covid-19 se encaixam nisto? Simples, é a oportunidade perfeita para os MAUS caráter explorarem o bom mocismo dos TROUXAS que imediatamente se transformam em pequenos DITADORES.

Como montanhistas padrões pouco sabemos sobre os Vírus além do que pescamos entre uma cochilada e outra durante as aulas de biologia e ao que diariamente nos bombardeiam os meios de comunicação:

  • São bichinhos perigosos que provocam doenças
  • Não andam, não voam e nem nadam. Flutuam no ar e se depositam sobre objetos
  • Tem vida curta, curtíssima fora do corpo de hospedeiros
  • Preferem ambientes fechados, sombreados e abominam a luz do Sol
  • Matam os fracos, os idosos e os portadores de enfermidades/deficiências prévias

O utilitarista é aquele que manda matar 500 para salvar 5000 e o MAU caráter é aquele que não hesita em matar 5000 para obter algum lucro. No momento, muito além de uma pandemia sanitária estamos imersos numa guerra política global extremada. No Brasil tem esquerda X direita, bolsominions X petistas, globalistas X nacionalistas, crentes X ateus, isolamento vertical X horizontal e a verdade é que ninguém se entende. Há tanta informação conflitante que não se pode confiar em nada. Ambiente propício para o pânico. Pânico mata ou aleija na montanha e na cidade. O melhor conselheiro neste momento de desinformação é cabeça fria e pensamento lógico.

A LÓGICA funciona em qualquer situação independente da vontade do cidadão. São todos conselhos das avós e servem para qualquer ocasião:

  • Toda a unanimidade é burra
  • Reforce tua imunidade dormindo ao relento, bebendo água dos riachos, etc
  • Aumente tua capacidade pulmonar fazendo exercícios
  • Se exponha ao Sol para sintetizar vitamina D
  • Respire ar puro e limpo, fique longe da poluição
  • Se alimente bem, coma frutas e vegetais frescos
  • Evite multidões e ambientes fechados com muitas pessoas
  • Proteja os idosos e portadores de enfermidades/deficiências ficando longe deles

Você montanhista, melhor que ninguém, sabe onde encontrar tudo isto e muito mais quase de graça; nas MONTANHAS. Então qual a lógica em fechar os parques? Colocar porteiras e guardas nas rotas de acesso a montanhas, cachoeiras e trilhas? É a velha lógica dos MAUS caráter e seus auxiliares pequenos DITADORES que também conhecemos desde que Eva mordeu uma maçã.

MONTANHISTA não seja TROUXA a serviço dos MAUS caráter. Não colaborem com os pequenos DITADORES que sempre aparecem nestas ocasiões. Não delatem outros montanhistas. Não participem das brigadas de higienização na entrada das trilhas. Caso acredite que o isolamento horizontal é o melhor caminho, se isole, mas não seja hipócrita.

CUIDE DA TUA VIDA e deixe a política de isolamento dos outros a cargo da polícia.

#SomosMontanhistas

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Sobre o autor

Julio Cesar Fiori é Arquiteto e Urbanista formado pela PUC-PR em 1982 e pratica montanhismo desde 1980. Autor do livro "Caminhos Coloniais da Serra do Mar", é grande conhecedor das histórias e das montanhas do Paraná.

12 Comentários

  1. Excelente postagem. Me surprendi com o final, achei que seria mais um utilitarista travestido de universalista tentando impor sua ideologia a trouxas. Todo dia de manhã me pergunto qual a logica de fechar montanhas. Isso é simplesmente ridículo

  2. Pessoa Que Leu o Minimo sobre a problemática em

    Realmente você pouco entende de biologia… A necessidade do isolamento social e da parada de todas as atividades não essenciais, nas quais se enquadram as atividades de montanha, é para que as pessoas tenham o minimo contato possível umas com as outras, e o motivo é simples. O vírus irá se alastrar numa velocidade com a qual o sistema de saúde não possui suporte para lidar, e quanto mais rápido essa disseminação se der mais pessoas morrerão (diversas modelagens já mostraram isso, se queres ser um negador da ciência em pleno sec. XXI assim o seja). Assintomáticos também transmitem o vírus (você já fez o teste para saber se é portador ou não do corona?) e apesar de idosos e portadores de algumas doenças terem chances maiores de desenvolver o quadro grave de covid-19, todos, TODOS, possuem alguma chance de desenvolve-lo, além dos riscos de acidentes “genéricos” aos quais todos montanhistas também estão expostos e que ocupariam sem necessidade uma vaga no sistema de saúde. É o momento de minimizar todo contato humano, mas se você acha que suas atividades de montanha são mais importantes que a vida de milhares que podem ser salvas apenas com o simples isolamento social você pertence ao terceiro grupo de seres humanos, os EGOÍSTAS.Outro conselho de vó que faltou na lista e na prática “se não sabe não fala”.

    • Neste período é muito importante ter filtro e saber analisar cada declaração para não nos impôr uma situação de enclausuramento total. Fique em casa sim, todo o tempo que for possível e necessário para a segurança geral, mas mantenha ou crie novos hábitos saudáveis, dentro e fora de casa. Até porque ta mais que provada a importância da atividade outdoor na manutenção da saúde física (imunidade!) e mental, sempre respeitando os atuais protocolos de segurança e higiene. Máscaras, luvas e álcool gel não estão aí apenas pra efeito decorativo. E com todo respeito, eu acrescentaria um quarto grupo de ser humano á sua lista, este extremamente tóxico: os covardes, que adoram cagar regra pros outros pagando de “politicamente corretos” mas que não tem peito sequer de se identificar.

    • Que absurdo. Falou tanta besteira.
      Sou médico e estudei pra isso. Não quero nem perder mais do meu tempo nesse post.
      Vou só mostrar meu repúdio e parar de seguir essa página.
      Sonho com o dia que criarem uma vacina pra ignorância.

  3. Essa foi a pior matéria que eu li. Vejo muitas pessoas aleatórias, a maioria foi poucas vezes na montanha, não sente aquele amor pela montanha, compartilhando da opinião que nesse período deve disse liberado a visitação nas montanhas, mas não esperava isso de uma grande empresa como a Alta no Montanha. Se a própria FEPAM está lutando para que as pessoas fiquem em casa nesse período, quem são vocês para sugerirem o contrário? Essa resposta é fácil: uma empresa que não está nem aí para a Natureza e para o ser humano, só se importa com o R$ no bolso! Já cheguei a ir acampar no Pico Paraná ter mais de 100 pessoas lá em cima! Imagina se estivesse liberado com esse tempo bom, ia ser uma barraca em cima da outra. E o itupava em um sábado qualquer, com quantas pessoas vai ter contato? Nunca pegou uma filinha básica de meia hora no Anhangava ou no Canal? As pessoas não tem bom senso meu caro, elas se amontoam, todos se achando no direito de desrespeitar as regras. E se elas existem é por algum motivo, e se são desrespeitadas, o que deve acontecer…. É justo uns poderem ir e outros não? Pq se liberar… vai ter mais gente no mato do que no shopping! Pensa bem em quem é o mau caráter desse texto aí…
    Só sei de uma coisa, a Alta montanha perdeu toda minha admiração, respeito, e perdeu também clientes, porque aqui, ninguém compra mais nada dessa loja, e muito menos recomenda.

  4. Resumindo: Deixe a montanha/natureza pra mim e fique em casa… é isso? Exemplo do “farinha pouca, meu pirão primeiro” citado no texto. Ou todos podem ir pra montanha? Hipocrisia pura!

  5. Orlandinho Barros em

    Desculpa Cesar Fiori, mas discordo de seu ponto de vista. É dever de todo cidadão participar de causas sociais especialmente em momentos de pandemia, isso diz respeito à segurança da comunidade da qual fazemos parte. Então participar de barreiras sanitárias, do meu ponto de vista, é dever do cidadão que possa colaborar. Sair de casa sem necessidade, mesmo seguindo as regras de distanciamento, além de contrariar as recomendações da OMS, tem um impacto que poucas pessoas consideram: o incentivo à outras pessoas saírem. Quanto mais pessoas transitando, quanto mais pessoas indo ao mato, à montanha, mais os que estão de quarentena se sentem tentados a ir também, usando rodovias, transporte público, postos de gasolina, mercados etc sem necessidade. No fim, haverá aglomerações por causa daquele pensamento: ah, só eu indo para o mato não vai ter problema.
    Sobre dedo duro: isso eu só vejo no Brasil, condenar os que zelam pela ordem social, pelas leis, pela preservação ambiental como “dedo duro” e enaltecendo o infrator como corajoso, diferentão que não segue regras. Nos EUA, por exemplo, tem um hábito que considero interessante: “You see, you say”, isso já evitou muitos crimes por lá.
    Frisando novamente, é minha opinião, nada pessoal.

  6. André Jean Deberdt em

    Um texto desnecessário, que apenas reforça a visão limitada e um tanto egoísta de muitos montanhistas em tempo de COVID-19. Você tem todo o direito de acreditar que não causará mal nenhum indo para a montanha durante a pandemia, desrespeitando o isolamento social e as restrições de acesso às unidades de conservação impostas a todas as pessoas, mas fazer apologia a isso é uma grande estupidez.
    Quer ir para uma região isolada onde o risco de transmissão do vírus é mínimo, ótimo, mas não incentive outros a fazerem o mesmo. A lógica para o fechamento dos parques certamente não teve como base o montanhista autêntico, que busca isolamento nas áreas naturais, como é seu caso, mas certamente o público mais focado no “ecoturismo de balneário” ou mesmo os montanhistas de ocasião, que ignoram as consequências de um grande fluxo de pessoas em áreas naturais, seja ele em tempos de pandemia ou não.
    Mas o ponto fundamental é outro: será que é tão difícil de entender que o maior problema é o montanhista se tornar o vetor do vírus para as populações que vivem em comunidades isoladas, onde o acesso a saúde é precário, quando não inexistente?

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