*05 de Julho de 2012, quinta-feira 5:00h* – O celular desperta, pondo
definitivamente um ponto final na nossa boa vida. Ainda restava o banho
quente e o café da manhã antes de retomar nossa árdua rotina. Procuramos ser detalhistas ao máximo pra seguir o checklist afixado na parede da casa, e por fim, tomamos emprestados alguns pacotinhos de TANG da dispensa, na qual também deixamos alguns itens.
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01 de Julho de 2012, domingo 7:00h Até então, está foi a noite mais agradável. Nada de sede, nem pessoas com dores, ou gotas sacudidas na cara. A mata estava seca, e o céu limpo, com seu azul transpassando entre as folhas e galhos. Os amigos ainda dormem profundamente, mas por pouco tempo. Devem me odiar por isso. Mas nossa missão é gigantesca, e ainda mal começou, perto que tem pra fazer. O sol batendo no topo das arvores informa que acabou a moleza e é hora de pular. Se existe outra grande vantagem do bivaque além do mínimo peso, é a agilidade com que se desmonta.
O Pico Paraná é único por podermos afirmar ter registro de nascimento que aconteceu em 1940 por obra e lavra do geólogo alemão Reinhald Maack, que em suas determinações a respeito da tectônica da Serra do Mar, fez algumas observações estarrecedoras.
O Pico Paraná é o teto do Paraná, a mais alta montanha do estado, uma sentinela avançada que se levanta abruptamente da planície litorânea de Antonina. Localizado na Serra dos Órgãos. É o nosso Everest, podendo até ser comparado com ele, como veremos nesta história: O Everest e o Pico Paraná foram descobertos à distância, por levantamento trigonométrico; estavam até então inexplorados; foram escalados por expedições, após árduas e apaixonadas tentativas de montanhistas; receberam batismo pelos seus descobridores (aqui uma exceção, o Everest é chamado pelos tibetanos de Chomolungma Deusa-Mãe do Mundo e pelos nepaleses de Sagarmatha Fronte do Oceano ou Deusa do Céu). Em homenagem ao seu descobridor George Everest, o inglês que chefiou o Grande Levantamento Trigonométrico da Índia, em 1817, foi denominado Everest.
“Todo homem é uno quanto ao corpo , mas não quanto a alma” . Esta é a concepção expressa por Hermann Hesse em “O Lobo da Estepe” . Pois bem , há algum tempo venho me preparando física e psicológicamente para o encontro com as tão sonhadas placas do Ciririca , nesse último final de semana a oportunidade surgiu.
A Serra do Ibitiraquire entrou na minha vida através de uma pequena matéria na antiga revista Aventura Jah de Sergio Beck, pois até então eu nem sabia que o Paraná tinha montanhas… De certa maneira, o Estado que abriga o Marumbi (uma serra pouco mais ao Sul do Ibitiraquire) e uma das mais ricas culturas do montanhismo é fechado e divulgar suas belezas e seus encantos foi durante muito tempo algo proibido…
Uma notícia bacana que nosso colega Luciano Fernandes trouxe esta semana foi sobre um casamento numa montanha, de um casal tcheco. Porém, não é só na gringa que estes eventos acontecem…
A Federação Paranaense de Montanhismo convoca voluntários para auxiliar no monitoramento de focos de incêndio na Serra do Mar.
Caratuva, Itapiroca, Cerro Verde, Tucum e Camapuã – ataque de 28 Km no sobe e desce pela Serra do Ibitiraquire abaixo da chuva torrencial – 12 horas de pernada.