Trio é resgatado de Helicóptero no Camapuan

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Na manhã do dia 13 de Maio três pessoas foram resgatadas de Helicóptero do Morro do Camapuan, uma das montanhas mais frequentadas e fáceis da Serra do Mar paranaense. Montanhista presente no local afirma que trio estava despreparado para a caminhada.

Esta matéria está desatualizada. A atualização está no link abaixo:

:: Resgate no Camapuan: Uma versão aprofundada dos fatos

Resgate por Helicóptero. Fonte GOST/ Massa News

De acordo com o Jornal Massa News de Curitiba, três pessoas, sendo um casal e um rapaz com com lesão na perna, foram evacuados de helicóptero no Morro do Camapuan, montanha bastante frequentada e com acesso fácil na Serra do Mar paranaense. O mesmo jornal ainda afirma que o casal não tinha condições de caminhar mais, por isso também voltaram com os resgatistas na aeronave.

Porém, de acordo com um montanhista que estava presente no local, o suposto acidente que vitimou o resgatado não ocorreu no cume da montanha, mas sim logo no início da caminhada no cruzamento de um rio próximo à fazenda que dá acesso à montanha.

De acordo com este montanhista, a  vítima teria torcido o pé, mas continuou a caminhada até o cume após um curativo. No cume da montanha e com seus parceiros exaustos, houve o acionamento dos Bombeiros através do Grupo Ostensivo de Socorro Tático (GOST) que solicitou apoio aéreo.

De acordo as testemunhas, as vítimas estavam despreparadas para realizar uma caminhada deste porte.

Atualização: Relato de um voluntário que participou do resgate

O montanhista Caius Marcellus estava no Camapuan durante o resgate e apoiou o GOST como voluntário durante a ação. Abaixo reproduzimos o relato que conta o ocorrido:

Subimos (eu, Luisa e Marcos), por volta das 16h30, pra ver o por do sol no Camapuã. Coisa rápida. No primeiro terço do caminho encontramos o que seriam partes de um grupo maior, aproximadamente 12 pessoas, entre elas 2 “guias” de uma “expedição comercial” contratata a 50 Temers por cabeça. Estavam pesados e lentos. Rapidamente chegamos ao cruzo Ciririca/Camapuã, onde encontramos outra parte do grupo, aguardando. Conversamos um pouco e subimos. No retorno, já no escuro e com a temperatura baixando, cruzamos novamente esses pequenos grupos, parte da “expedição”, entre eles os guias, exaustos. Um deles sequer conhecia a montanha. Muito atrás de todos, um casal nos perguntou sobre o caminho. Foram deixados para trás pelos guias e pelo resto do grupo. Expliquei de forma breve e a menina agradeceu. Foi quando mencionou que estavam muito devagar porque o namorado havia torcido o tornozelo. Pedi para ver, e quando retirei meia e tênis do rapaz, notei que a situação era insustentável. Não tinham condições de subir além daquele ponto. Prestamos o primeiro atendimento, imobilizamos a lesão e conduzimos o casal até a “lajinha”. Nessa descida, o rapaz, sem condições de apoiar o peso do corpo sobre o pé lesionado, quase teve uma queda. Como não somos irresponsáveis, não mandaríamos daquela forma nem morro acima, nem abaixo. Fui eu quem verificou a lesão e a possível extensão e comprometimento da integridade da vítima. Vou deixar claro:

a decisão de acionar o resgate foi MINHA, por avaliar e ponderar que seria irresponsável da minha parte deixar o casal à sorte.

Fizemos o possível para manter os dois aquecidos (a menina, com roupas e pés molhados, se tornaria, em breve, outra vítima) com mantas térmicas (nossas) e o que mais tínhamos disponível. Entre o acionamento e a chegada do coelho, foram 3 horas. Aguardamos com a vítima todo esse tempo. Quando os bombeiros chegaram, em um grupamento de 8, atestaram a gravidade da lesão e iniciaram os preparos do procedimento para baixar de maca, contando que teríamos ajuda dos supostos guias e dos colegas da vítima. Subi novamente ao cume e constatei, pela quantidade de bebida envolvida na farra, que ninguém teria condições de auxiliar, e realmente não tinham. Alguns pelo cansaço, outros pelo excesso de álcool. Em 8 bombeiros e 3 voluntários, calculamos que o serviço nos tomaria em torno de 8/9 horas para cada km de trilha. A decisão de pernoitar na lajinha e retirar a vítima de helicóptero foi do GOST, por razões que são, acredito que para todos aqui, óbvias.

Dois bombeiros permaneceram com as vítimas e os outros 6 bombeiros + Marcos, Luisa e eu descemos escoltando 2 amigos do casal que desceram do cume e também apresentavam cansaço e sinais de bebida alcoólica. Nossa descida, nessa situação, levou mais de duas horas, felizmente, sem novas vítimas.

A vítima retirada de helicótero (Vitor), era inexperiente e contratou uma empresa “especializada” para acompanhá-lo. Acreditou nesses supostos profissionais, inclusive quando avaliaram q a torção era algo pequeno e seria resolvido com gelol. Foi ABANDONADO pelos guias e pelo restante do grupo. Não tinha condições de descer por conta. A história é exatamente esta.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

1 comentário

  1. Getulio Vogetta em

    Infelizmente está virando rotina já este tipo de ocorrência. E neste caso, ainda, gente incapaz “guiando” outros incapazes!

    O lado bom disso é que nosso GOST e voluntários dos grupos de resgate vão ficar “cobras”.

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