Amanheceu na Serra Fina, a temperatura era muito mais amena às 06:01h da manhã, 1°C. Saímos da barraca, rápido café da manhã, empacotamos tudo e seguimos pro nosso (na verdade meu) primeiro objetivo do dia, culminar o Pico do Avião pra registrar a medição utilizando o aparelho de GPS de mão. Melhor ainda, pois tínhamos dois aparelhos diferentes. A subida não reserva grande segredo, basta fazer a descida da Pedra da Mina até a cota dos 2.550 metros de altitude, sem chegar ao fundo do Vale do Ruah onde a altitude varia pouco e fica por volta dos 2.515/ 2.518 metros de altitude. Do colo, onde há um pequeno cume piramidal, contorná-lo pela esquerda e começar a trepar pedra até o cume, onde se chega em não mais que vinte minutos.
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Em primeiro lugar gostaria de agradecer de coração a todos que acompanharam esta expedição que foi, sem dúvidas, a mais dura que já fiz na vida, não só por ter de deparar com escolhas muito duras, por ver muito de perto como o montanhismo de grandes altitudes pode ser cruel, mas também fisicamente já que nunca antes havia tentado escalar um 8000 sem apoio e sem oxigênio suplementar.
As coisas estão caminhando lentamente. Dia 18 de setembro fiz juntamente com minhas irmãs o teste HLA no Hospital das Clínicas, teste este que nos dirá quanto temos de compatibilidade para fins de transplante de medula óssea. O resultado está pra sair e logo saberei meu futuro. Nesse meio tempo, me sentindo muito melhor, marquei com o amigo Flávio Varrichio uma investida para montanha, realmente ousada dadas as devidas circunstâncias, Serra Fina. Eu sei, não deveria ter ído pra lá, mas não suportava mais ficar em casa vendo outros amigos indo pra montanha, então fui pra lá tocar pra frente um projeto antigo. A companhia não poderia ter sido melhor.
No feriado de 7 de setembro de 2007 aconteceu o pior episódio de incêndio em montanha na Serra do Mar paranaense, quando o Caratuva, segunda montanha mais alta do Sul do Brasil, ardeu em chamas por diversas semanas. O que podemos aprender com este episódio?
A partir da foto de uma casa de bomba, atualmente submersa, pesquisador resgata um pedaço da história do abastecimento de água da RMC
É um bocado difícil mesmo entender o porquê das pessoas continuarem a subir montanhas. Preparamos uma mochila com uma seleção mínima de roupas e suprimentos essenciais. Viajamos sem muito conforto, nem dormir direito. Carregamos todo o peso nas costas por horas, dias, semanas em lugares remotos sem ter feito nada de errado. Passamos frio, fome, sede. Sofremos bastante, e quando tudo isso acaba, sorrimos.
Neste último sábado, 15 de setembro de 2012, aconteceu evento único no cume do Morro do Canal que reuniu várias gerações do montanhismo paranaense em comemoração da conquista definitiva da montanha chave para a mítica travessia Alpha-Ômega na Serra do Marumbi.
Hoje decidi fazer a caminhada de 2 horas de descida ao povoado de Sama Gaon onde há internet e 4 horas de subida de volta ao campo base para poder enviar notícias mais completas já que os últimos boletins tem sido por telefone por satélite que sempre é muito limitado.
Noticiado em destaque pelo AltaMontanha.com, a mula robô já foi vista trabalhando na Europa e ao que parece, seus serviços já estão disponíveis.
Um espectáculo inusitado. Vários ribeiros de ocasião caíam em cascatas varrendo as linhas de fraqueza da parede de granito. Encostados ao carro – de motor ainda quente devido à longa viagem de braços cruzados, apreciávamos o fenómeno.