Como indicar os melhores para o Prêmio Mosquetão de Ouro

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Como se é conhecido, todos os anos desde 2015 a CBME realiza o Mosquetão de Ouro, a maior premiação do montanhismo brasileiro. Tive a felicidade de ganhar duas vezes, em 2015 e em 2017 e a Maria Tereza Ulbrich em 2022 e todos os anos gosto de fazer as minhas indicações, sempre escolhendo feitos relevantes e com significados dentro de cada categoria.

Os troféus que temos aqui em casa!

Entretanto vejo muitas criticas à premiação, muitas vezes injustas, pois as pessoas não leem as regras. Uma das regras que as pessoas menos entendem é que os feitos a serem indicados devem ter acontecido no ano anterior ao da premiação. Isso significa que os feitos do premio de 2024 devem ter acontecido em 2023 e não adianta indicar coisas que aconteceram em outros anos (a não ser que a categoria seja o Vida na Montanha, que como o nome diz é uma premiação pela história do individuo na categoria). Outra coisa, é que a realização deve ter alguma relevância, seja pelo ineditismo, pela dificuldade, pela performance física ou pelo significado.

VEJA MAIS: Vencedores e curiosidades do Prêmio Mosquetão de Ouro

Infelizmente algumas pessoas deixam de ganhar o premio pelo simples fato de não terem sido indicadas, por isso não é vergonha nenhuma se auto indicar. Pois ninguém melhor que você mesmo sabe o que você fez! Como as vezes as pessoas são tímidas e como eu acompanho bastante os feitos de brasileiros nas montanhas, eu costumo todos os anos fazer minhas indicações. Para isso eu uso bastante o portal AltaMontanha.

Todos os anos vou na aba “Notícias” e rolo até o começo do ano anterior para acompanhar tudo o que foi noticiado e isso me ajuda a “refrescar” a memória. Abaixo vou copiar e colar todas as minhas indicações. Nelas deixo um exemplo de como realizar as indicações. Nem sempre o AltaMontanha consegue noticiar todos os feitos do montanhismo, por isso é bom comentar com a galera que tem se dedicado e dado sangue quais foram as realizações delas no ano anterior e assim redigir uma indicação. Vejam as minhas:

Minhas indicações para o Mosquetão de Ouro 2024:

Categoria Altas Montanhas

Moeses Fiamoncini

Realizações:  Em 2023 Moeses Fiamoncini realizou grandes feitos nas montanhas do Himalaia, tendo feito cume em 3 montanhas de 8 mil metros. 

Primeiramente ele realizou uma tentativa de escalar o Annapurna, sem sucesso. Porém, mais tarde ele se redimiu e após superar uma queda numa greta onde ele se machucou com um crampon, ele conseguiu realizar a escalada do Gasherbrum I de 8080 metros de altitude, a décima primeira montanha mais alta do mundo, localizado no Karakoram.

Com esta ascensão, Moeses finalizou a escalada de todas as montanhas acima de 8 mil metros do Paquistão, feito inédito para brasileiros! Mais tarde, Moeses foi para o Nepal e conseguiu escalar o Manaslu, chegando ao seu cume verdadeiro, que foi descoberto por drones somente em 2021, se transformando no primeiro brasileiro a chegar lá. Aproveitando a aclimatação, Moeses foi até o Dhaulagiri e conseguiu enfim chegar no cume desta linda montanha em sua terceira tentativa.

Fiamoncini realizou todas suas ascensões sem guias e nem carregadores e oxigênio, em um estilo limpo. Com estas escaladas, ele chegou ao fim de 2023 com 16 expedições a montanhas de 8 mil metros no Himalaia, tendo chegado ao cume de 8 montanhas diferentes, se tornando assim no brasileiros com mais cumes de montanhas de 8 mil metros.

https://altamontanha.com/moeses-fiamoncini-fala-sobre-suas-ultimas-conquistas-no-himalaia/

https://altamontanha.com/moeses-fiamoncini-se-torna-o-primeiro-brasileiro-a-escalar-o-dhaulagiri-e-o-cume-verdadeiro-no-manaslu/

https://altamontanha.com/o-oitomilismo-brasileiro/

Eu e Moeses no Paquistão em 2023.

Categoria Altas Montanhas

Gabriel Tarso

Realizações: Em 2023 Gabriel Tarso participou de diversas expedições no Himalaia, tendo alcançado cume em 4 montanhas acima de 8 mil metros: Everest, K2, Broad Peak e Gasherbrum 2, sendo a última a primeira ascensão brasileira confirmada naquela montanha.

Gabriel esteve nestas montanhas a trabalho, sendo que as 3 últimas, registrando a expedição da norueguesa Kristin Harila, que se tornou a pessoa a completar a ascensão de todas as montanhas com mais de 8 mil metros mais rápida da história. 

Só de ter realizado a ascensão destes quatro 8 mil em um único ano, ainda que seja com oxigênio e algum suporte, já seria digno de nota. Entretanto, o feito diferencial foi a tentativa de resgate de Muhammad Hassan, porter de altitude que morreu no bottleneck no K2 no dia em que Tarso fazia cume na montanha.

O montanhista brasileiro deixou seu trabalho de lado e içou o trabalhador paquistanes, para espanto dos demais montanhistas que, preferiram a glória do cume ao salvar uma vida. Gabriel viu seus esforços fracassarem devido à falta de ajuda das pessoas que passaram por Hassan, saltando seu corpo. 

A indiferença fez com que Gabriel denunciasse o acontecido, gerando repercussão mundial. Muhammad Hassan morreu nos braços do brasileiro.

https://altamontanha.com/morte-de-muhammad-hassan-no-k2-gera-polemica-no-himalaismo-brasileiro-tento-ajuda-lo/

https://altamontanha.com/o-oitomilismo-brasileiro/

Eu com Gabriel Tarso no Gasherbrum 2

Categoria Escalada Esportiva

Anja Köhler

Realizações: Durante as disputas de Guiada no Campeonato Mundial de Escalada Juvenil, a atleta Anja Köhler (19 anos), avançou para a fase semifinal da categoria Junior (Sub-20) feminino e terminou sua participação na modalidade em 10º lugar. A colocação é a melhor de Anja em suas participações no evento e também o melhor resultado já obtido pelo Brasil em Campeonato Mundial Juvenil. Até então, o melhor posto ocupado por um brasileiro no principal evento internacional da categoria havia sido o 11º lugar de Felipe Camargo, no Campeonato Mundial Juvenil disputado em Ibarra em 2007.

https://altamontanha.com/anja-kohler-conquista-o-melhor-resultado-brasileiro-em-um-mundial-de-escalada-juvenil/

Anja Köhler na via semifinal do Campeonato Mundial de Escalada Juvenil | Foto: Dimitris Tosidis/IFSC

Categoria Escalada Esportiva

Marina Dias

Realizações: A paratleta paulista Marina Dias conquistou em 2023 duas medalhas de ouro em etapas do circuito da Copa do Mundo de Paraescalada e uma medalha de ouro no campeonato mundial. 

Marina conquistou o primeiro lugar na Copa do Mundo de Paraescalada, em Salt Lake City, no dia 17 de maio. Mais tarde, em 13 de junho, Marina levou outra medalha dourada, desta vez na etapa de Innsbruck, na Áustria. 

Essa é a quarta medalha de Copa do Mundo que Marina traz para a casa. A primeira foi a medalha de ouro em Salt Lake City em 2022, Bronze em Innsbruck também em 2022,  mais uma de ouro em Salt Lake City em 2023 e por fim o ouro em Innsbruck também em 2023.

Em agosto, Marina Dias trouxe para o Brasil mais outra medalha de ouro, desta vez no Campeonato Mundial de Paraescalada, realizado em Berna, na Suíça. Foi a primeira vez que um atleta do Brasil levou uma medalha de ouro em um campeonato mundial de escalada.

Marina tem 39 anos e foi diagnosticada com Esclerose Múltipla em 2009. Após um surto provocado pela doença, ela apresentou uma diminuição da força do membro superior esquerdo.  Ela competiu em ambas etapas com atletas do mundo todo na categoria RP3 Feminino.

https://altamontanha.com/1a-medalha-de-ouro-na-historia-no-campeonato-mundial-de-paraescalada-para-o-brasil/

https://altamontanha.com/marina-dias-conquista-ouro-em-innsbruck-2023/

https://altamontanha.com/marina-dias-bicampea-na-copa-do-mundo-de-paraescalada-em-salt-lake-city/

Marina Dias se tornou bicampeã mundial de Paraescalada

Categoria Montanhismo e Sociedade

Portal AltaMontanha

Realizações: O portal de notícias Alta Montanha fez 20 anos em 2023, tornando-se assim o meio de comunicação do montanhismo brasileiro mais antigo em atividade. O portal foi idealizado em 2003 por Hilton Benke que queria criar  um canal de divulgação de notícias relacionadas ao montanhismo e a troca de informação sobre as trilhas da região do Paraná. Pouco tempo depois, Pedro Hauck, que também possuía um blog onde relatava suas aventuras, se juntou à equipe fazendo com que o portal deixasse de ter um caráter regional para ser nacional.

O objetivo do portal sempre foi divulgar e incentivar a cultura do montanhismo no Brasil, produzindo conteúdo de qualidade diariamente sobre os fatos desse esporte e meio de vida. Além de relatos de aventuras, o portal também busca desde o seu início publicar dicas para quem pratica o montanhismo, escalada, acampamentos entre outros esportes outdoor. Assim, foram publicadas milhares de matérias, reportagens e artigos voltados para as atividades em montanhas. O portal também conta com colunistas de renome e grandes conhecedores do montanhismo como Julio Fiori, Johny Genvensis, Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina), Nelson Penteado (Farofa), Alberto Ortenblad, entre outros.

Além do portal na internet, o AltaMontanha também possui o maior canal de montanhismo do Brasil com atualizações diárias. 

https://altamontanha.com/portal-alta-montanha-completa-20-anos-com-surpresa-especial-para-seus-leitores/

Interior da AltaMontanha

Montanhismo e Ação local

Projeto Vão do Moleque

Realizações: Um grupo de montanhistas paranaenses liderado por Fábio Lima e Nair Rubia Baptista desenvolveu o projeto Vão do Moleque visando o incentivo e formação de escaladores em comunidade quilombola Kalunga  na Chapada dos Veadeiros em Goiás. 

No projeto, os escaladores montaram um muro de escalada para treino de jovens e adultos na comunidade, ministraram um curso de escalada para comunidade e abriram vias de escalada, além de viabilizar os equipamentos de escalada completo para a comunidade, sapatilhas, cadeirinhas, corda, capacete e costuras. 

Com o projeto, foi semeado a cultura de escalada para que os locais, todos advindos de comunidade tradicional quilombola, pudessem escalar por conta própria e conquistar suas vias nas centenas de paredes e morros da região, da qual se destaca o Dedo do Moleque, uma belíssima formação rochosa bastante escarpada e com muito potencial de vias de escalada tradicional e esportiva.

https://altamontanha.com/dedo-do-moleque-projeto-leva-curso-de-escalada-a-comunidade-quilombola-na-chapada-dos-veadeiros/

Alunos e professores do projeto Vão do Moleque durante a entrega dos certificados.

Categoria Montanhismo Brasil

Jhonatan Carvalho Pereira

Realizações: O montanhista paranaense Jhonatan Carvalho Pereira de 35 anos, realizou uma travessia inédita cruzando a Serra do Mar Paranaense, uma versão mais longa da travessia Alpha Crucis, já considerada a travessia entre montanhas mais difícil do Brasil. O ponto de partida da caminhada foi o Pico do Capivari, passando pelos principais blocos montanhosos da Serra do Mar: Serra do Capivari, Ibitiraquire, Farinha Seca e Marumbi.

A travessia aconteceu entre os dias 25/07 a 01/08. Jhonatan fez todo o trajeto em solo e de forma autossuficiente. Foram 8 dias sozinho em meio às montanhas, um tempo rápido considerando que a travessia não tem trilhas bem definidas e a maior parte das montanhas são raramente frequentadas. Foram 76 cumes e cerca de 130 quilômetros.

https://altamontanha.com/confira-como-foi-a-inedita-travessia-caveira-charlie-charlie-tccc/

Jhonatan Carvalho Pereira

Categoria Vida na Montanha

Alexandre Anderson

Realizações:  O montanhista fluminense Alexandre Anderson foi um dos impulsionadores das escaladas do município de Pedra Bela, onde fica a Pedra do Santuário e a Pedra da Maria Antonia, dois dos mais populares campos escola do estado de São Paulo. 

Alexandre abriu dezenas de vias populares que ajudaram centenas, senão milhares de escaladores a darem seus primeiros passos no esporte.

Infelizmente Alexandre já não pode mais escalar, pois devido a diabetes, teve uma perna amputada. Hoje Alexandre Anderson gerencia sua pousada, a Alma de Pedra, muito próximo ao campo escola da Pedra do Santuário, que recebe muitos escaladores e alunos de cursos de escalada. 

Alexandre Anderson

Vida na montanha

Waldemar Niclevicz

Realizações: O montanhista paranaense Waldemar Niclevicz ao longo de quatro décadas dedicadas ao montanhismo conseguiu atingir diversos feitos inéditos no montanhismo brasileiro. Para começar, junto com Mozart Catão foi o primeiro brasileiro a escalar o Everest, no ano de 1995. Além desta primeira ascensão brasileira, Niclevicz também foi o primeiro brasileiro a escalar o K2, o Shishapangma, Lhotse, Makalu e o Gasherbrum 2. Ao todo, Waldemar fez 7 das 14 montanhas com mais de 8 mil metros do planeta.

Além destas ascensões épicas, Niclevicz escalou 30 montanhas com mais de 6 mil metros nos Andes, realizando a primeira ascensão brasileira em diversas delas, como o Ojos del Salado, Illampu, Salcantay e diversas outras. Waldemar também foi o primeiro brasileiro a realizar o projeto 7 cumes (1997) e o único montanhista não europeu a escalar todas as 82 montanhas com mais de 4 mil metros dos Alpes, isso somente em ascensões em altas montanhas.

Na escalada em rocha, Waldemar organizou e conseguiu financiamento para a realização de grandes escaladas épicas. Junto com grandes nomes da escalada nacional, as equipes lideradas por ele escalou a Trango Tower no Paquistão e o big wall do Salto Angel na Venezuela. 

Waldemar Niclevicz elevou o montanhismo brasileiro com suas expedições a montanhas famosas mundo afora e foi inspiração para muitos brasileiros começarem no montanhismo e certamente seu nome está na história do montanhismo nacional, tanto pela inspiração, quanto pelas conquistas esportivas e por sua produção literária, já que ele escreveu 4 livros.

Waldemar Niclevicz na base do Les Droites. Foto Pedro Hauck

Categoria Vida na Montanha

Ricardo Baltazar

Ousado, abusado, irreverente, raiz, louco! Quantos adjetivos poderíamos usar para descrever Ricardo Baltazar, ou simplesmente “Rato”, o rato das montanhas! Nascido e criado na região dos canyons entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ainda adolescente Ricardo demonstrou grande talento e seu espírito livre com a escalada e aventura, realizando incursões comprometedoras na serra, abrindo vias, solando outras, dominando a técnica e a mente para realizar grandes escaladas que quem não viu com os próprios olhos não acredita que o ratinho fez.

Com pouco dinheiro no bolso, Ratinho foi deixando a terra natal e explorando novos universos. Morou em cavernas e na base de vias na Espanha e depois foi para a Argentina, trabalhando de carregador, para se manter durante várias temporadas em Chaltén, onde fez seu nome ficar conhecido. 

Com equipamentos surrados e muita coisa improvisada, Rato fez inúmeras escaladas épicas de grande comprometimento. Só em suas três últimas temporadas, ele escalou as seguintes agulhas na Patagônia: Agulha Guillaumet, Agulha de la S, Mermoz, Fitzroy, Poincenot, Innominata, Saint Exupéry. Entretanto, a mais épica foi a última repetição da rota do Compressor no Cerro Torre, onde Rato presenciou a retirada dos grampos deixados por Maestri, um momento histórico!

Ratinho também pode saborear outras grandes paredes argentinas e chilenas. Escalou em Arenales, Los Gigantes e Cajon del Maipo. No Peru, enfrentou e escalou a Esfinge, sua primeira via de grande parede na altitude andina. Ele gostou do desafio e de Huaraz e começou também a escalar em gelo, ascendendo montanhas técnicas, como Tocclaraju e Alpamayo na Cordilheira Blanca.

Ratinho nos deixou precocemente, aos 33 anos de idade, há 10 anos. Nos fazendo imaginar aonde ele teria chegado se estivesse vivo até hoje! Certamente um dos maiores talentos que o montanhismo brasileiro já teve.

Ricardo Baltazar, o Rato.

Categoria Escalada

Nicola Martinez

Realizações: O escalador paranaense radicado nos EUA Nicola Martinez realizou uma série de escalada no ano de 2023 que são dignas de destaque. Dentre as mais comprometedoras e diferenciadas estão:  Lotus Flower tower(5.11a no Canadá) e várias escaladas em Yosemite, das quais destaca-se duas vezes ascensão da Steck Salathe no Sentinel Rock 16 enfiadas com diferentes parceiros nos Estados Unidos (via trad de 5.10), North Face of the Rostrum (5.11), Third pillar of Dana – Tuolumne meadows (5.10a), Middle cathedral (5.9, A0), East Buttress route (5.10b), e a famosa via “The Nose” realizada em apenas 13 horas. Todas escaladas com diferentes parceiros.

Além destas escaladas, Nick ainda realizou a Travessia MotoCross, unindo a Agulha Guillaumet e a Mermoz na cadeia do Fitz Roy com William Lacerda. Mais tarde, com outros parceiros, Nicola fez cume no Fitz Roy  unindo as vias “Porro y todo Los demás”, com a “variante Los gringos perdidos” até o topo do Pilar Goreta, onde tomaram a 12 ultimas enfiadas da via “Casaroto” para chegar ao cume no último dia de 2023.

Nicola Martinez

Escalada

Benjamin Sotero

Realizações: O escalador paulista Bejamin Sotero de apenas 20 anos de idade, se tornou o brasileiro mais jovem a escalar o enigmático Fitz Roy no dia 31 de dezembro de 2023 junto com o americano Christopher Deuto. Além da famosa agulha, que ele escalou pela via Afannasief, de 1550 metros, Sotero escalou a via Chiaro Di Luna de 750 metros na Agulha Saint Exupéry e na mesma viagem ainda escalou o Aconcágua, pela rota normal.

https://altamontanha.com/benjamin-sotero-se-torna-o-brasileiro-mais-jovem-a-escalar-o-fitz-roy/

https://www.youtube.com/watch?v=PPo1yW7rHW8

Benjamin Sotero no cume do Fitz Roy

Categoria escalada

Guilherme Pahl, Camila Nicolau e Nicola Martinez 

O trio de escaladores Guilherme Pahl, Camila Nicolau e Nicola Martinez realizaram uma ascensão de grande compromisso no Fitz Roy se utilizando de diversas vias para que toda a escalada fosse mais vertical e técnica. 

Eles uniram as vias “Porro y todo Los demás”, com a “variante Los gringos perdidos” até o topo do Pilar Goreta, onde tomaram a 12 ultimas enfiadas da via “Casaroto” para chegar ao cume no último dia de 2023.

A escalada demorou 7 dias na montanha, sendo 4 dias de parede e 3 para aproximar e rapelar a parede. 

Guilherme Pahl, Camila Nicolau e Nicola Martinez

Categoria escalada

Nicola Martinez e William Lacerda

Realização: A dupla de escaladores do Paraná Nicola Martinez e William Lacerda, realizou uma complexa travessia entre a Agulha Guillaumet e a Agulha Mermoz na Patagônia argentina. A Travessia Motocross, como foi batizada, é uma travessia complexa, pois inicia-se na Via Brenner-Moschioni (350m, 6b FR), depois segue por terreno complicado, cheio de sobe e desce até chegar na Via Argentina, na Mermoz. Nicola Martinez e Willian Lacerda rapelaram pelo Pilar Rojo até o passo superior e, depois de desviarem muitas gretas, chegaram ao ponto onde haviam iniciado 2 dias antes.

Nicola Martinez e William Lacerda.

Categoria altas montanhas

Manoel Morgado.

Realizações: O montanhista brasileiro Manoel Morgado completou em 30/07 a Grande Travessia do Himalaia (Great Himalayan Trail), uma travessia centenária que cruza o Nepal passando por inúmeras paisagens e pelas montanhas mais famosas do mundo. Com isso, Morgado se tornou a 28ª pessoa e o primeiro brasileiro, bem como o primeiro sulamericano a realizar esse feito.

Ele levou 125 dias para percorrer 1425 quilômetros de trilhas que vão desde a região do Kanchenjunga a oeste do país até o extremo leste do Nepal, na fronteira com o Tibete. A maior dificuldade que Manoel encontrou, além da longa distância, foi a travessia de uma passo na região do Manaslu, onde ele pegou neve na cintura e teve que acampar a 6100 metros de altitude. Morgado fechou a travessia com 82.800 metros de altimetria acumulada e 77.600 metros de descida. Manoel Morgado, que é médico de formação, pratica o montanhismo há mais de 40 anos e é guia de expedições desde 1992.

Manoel Morgado no Great Himalaian Trail

Categoria Altas Montanhas

Pedro Hauck

Realizações: O ano de 2023 foi um ano cheio para o montanhista paulista radicado no Paraná Pedro Hauck. Ele já começou o ano na montanha, no Cordón del Plata, onde escalou o Cerro Plata com 5935 metros pela quarta vez. Na sequência, ainda na Argentina, ele fez cume no Aconcágua (6962 mts) pela segunda vez. Sua temporada de verão ainda contou com mais uma ascensão ao Nevado San Francisco (6018 mts – sua quarta vez), dois ascensões ao Nevado Ojos del Salado (6893 mts – que ele escalou pela quinta vez) e o Peña Blanca (6030 – segunda vez), para finalizar com a ascensão, que era inédita para brasileiros, do Cerro Solo de 6200 metros na fronteira do Chile com a Argentina.
Na primavera (do hemisfério norte), Pedro rumou para o Nepal onde realizou o trekking ao acampamento base do Everest com volta por Gokyo ascendendo os principais mirantes (Nangkartchang, Kala Pathar etc). Na volta, voou para a Bolívia onde ministrou mais um de seus cursos de alta montanha, escalando o Huayna Potosí (6088m) pela décima primeira vez.
Sem descando, Pedro foi para o Paquistão, onde realizou o trekking ao acampamento base do K2 e realizou uma tentativa de escalar o Gasherbrum2, chegando a 100 metros do cume e tendo que retornar pelo mau tempo. Ele liderou uma equipe de montanhistas independentes realizando uma verdadeira evacuação da montanha e enfrentando grandes dificuldades, porém sem nenhum acidente acontecendo.
Novamente sem descanso, Pedro foi do Paquistão para a Bolívia, onde escalou o Huayna Potosí pela décima segunda vez. Da Bolívia foi para a Tanzânia, onde escalou o Kilimanjaro (5895m) e da África retornou ao Nepal para realizar pela sétima vez o Trekking ao acampamento base do Everest.
No réveillon de 2023 para 2024, Pedro passou no Aconcágua, completando um ano repleto de montanhas, com muito mais noites em barracas e em altitudes elevadas do que em sua própria cama.

PS. Acabei colocando fotos onde estou junto com os indicados. Sim, além de serem meus amigos são fã e torço para que minhas indicações sejam aceitas. 

Ps 2. Não é jogo de compadres. Conheço a maioria dos que indiquei, já escalei com eles e tudo mais. No entanto, mais do que amizade, o que vale são os feitos. Podem falar o que for, os feitos realizados por todos eles são relevantes e dignos de de serem indicados!

Ps 3. Fiquei muito dividido na indicação de Manoel Morgado. Sua realização foi digna de indicação, porém apesar de ele ter atravessado regiões de altitude elevada, o GHT é um trekking e não uma ascensão a alta montanha. Eu acredito que a categoria “Montanhismo Brasil” deveria se chamar “Trekking e montanhismo” para abrigar caminhadas de longa duração que ocorressem fora do território nacional também!

Ps 4. Sim, eu fiz uma auto indicação! Não há nada de errado nisso e ninguém melhor que você mesmo para descrever aquilo que você fez. Diante dos grandes feitos de algumas montanhistas, acho dificil ganhar, porém se não nos indicarmos, o premio poderá ficar esvaziado, pois a comissão não faz indicações e muitas vezes muita gente fica esperando que alguém a faça e ela não acontece e grandes feitos ficam de fora do pleito. Da mesma forma, feitos meia boca acabam sendo selecionados pela falta de quorum. Por isso é muito importante indicar!

E você? Vai fazer sua indicação hoje? Corra no site da CBME, pois a indicação vai apenas até as 22 horas do dia 5 de maio de 2024. Clique abaixo e indique!

Indicação do Mosquetão de Ouro

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Sobre o autor

Pedro Hauck natural de Itatiba-SP, desde 2007 vive em Curitiba-PR onde se tornou um ilustre conhecido. É formado em Geografia pela Unesp Rio Claro, possui mestrado em Geografia Física pela UFPR. Atualmente é sócio da Loja AltaMontanha, uma das mais conhecidas lojas especializadas em montanhismo no Brasil. É sócio da Soul Outdoor, agência especializada em ascensão em montanhas, trekking e cursos na área de montanhismo. Ele também é guia de montanha profissional e instrutor de escalada pela AGUIPERJ, única associação de guias de escalada profissional do Brasil. Ao longo de mais de 25 anos dedicados ao montanhismo, já escalou mais 140 montanhas com mais de 4 mil metros, destas, mais da metade com 6 mil metros e um 8 mil do Himalaia. Siga ele no Instagram @pehauck

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