Escalei 6 montanhas nos Andes e quando voltei o mundo havia mudado

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Em novembro de 2019 recebi uma ligação do Rui Costa, me propondo uma expedição em montanhas que sabia que não diria negaria. Rui havia sido meu cliente numa expedição ao Ojos del Salado, montanha mais alta do Chile, vulcão mais alto do mundo, seis meses antes. Tendo vista a quantidade de picos acima de 6 mil metros na região do Ojos, Rui cogitou fazermos alguns diferentes, menos conhecidos e pouco frequentados.

A região do Ojos del Salado, chamada de “Puna do Atacama”, concentra algumas das mais altas montanhas dos Andes. Além do Ojos, que é a segunda montanha mais alta dos Andes, lá também está o Pissis, a terceira, o Bonete Chico, a quarta, Três Cruces Sul, quinta, Llullallaico, sétima e o Walther Penck, nona. Conversa veio, conversa foi e decidimos fazer 4 montanhas que seria inédita tanto para mim quanto ele.

Rui Costa.

A região recebe este nome pois faz parte do Deserto de Atacama, mas diferente da parte mais conhecida, a Puna é um planalto onde a altitude média é de 4 mil metros e de lá emergem centenas de milhares de vulcões, onde pelo menos 50 deles tem mais de 6 mil metros. Sou uma das pessoas que melhor conhece estas montanhas, escalei diversas que têm acesso dificílimo e por isso contam até hoje com pouquíssimas ascensões. Montanhas como o Condor, Vallecitos, Colorados, Sierra Nevada de Lagunas Bravas, são montanhas que foram conquistadas muito recentemente e conta-se nos dedos as pessoas que atingiram seus cumes. Fora isso, já estive presente em expedições que conquistou alguns cumes de 5 mil metros, dentre eles o Vulcão Parofes, que em 2016 era a montanha virgem mais alta dos Andes.

Em princípios de fevereiro de 2020 saí de Mendoza, na Argentina, de caminhonete junto com meu amigo e guia Seba Garcia. Antes guiamos juntos um grupo de brasileiros no Aconcágua e agora preparávamos para trabalhar no Ojos del Salado.

Guiamos uma expedição tranquila e muito proveitosa no Nevado San Francisco e Ojos del Salado, aos moldes da que o Rui fez no ano passado. Ao término desta ainda passei uma semana em Copiapó descansando e preparando uma segunda expedição nesta montanha, que seria guiada por outras pessoas, dentre elas meu sócio no GenteDeMontanha, Maximo Kausch, enquanto que eu e o Rui usaríamos apenas a estrutura de base para fazer outros picos, que acabou aumentando para 6, ao invés de apenas 4.

A escolha das montanhas se deu pela facilidade de acesso. Como estaria com apenas um carro, não podia arriscar demais. Como o terreno da Puna é muito traiçoeiro, há inúmeros locais onde o carro pode atolar ou até mesmo ter uma pane, dado que na altitude o funcionamento do carro é alterado e coisas ruins acontecem. Também focamos nas montanhas que eu ainda não tinha escalado e que ficam próximas à CH31, que é a chamada “Rota dos 6 mil“, a estrada que corta o Paso San Francisco entre Chile e Argentina. Naquele momento que me faltavam apenas 6 no lado chileno.

Rui voando de Parapente no Siete Hermanas.

Aclimatamos fazendo uma ascensão até os 4200 metros no Cerro Siete Hermanas, onde na verdade o Rui foi o único a fazer cume e ainda decolou de parapente de suas ladeiras, realizando um Hike and Fly, uma modalidade que consiste em escalar uma montanha e descer voando em Parapente. Ainda fomos até aos 5400 metros no Cerro Mulas Muertas e nosso primeiro 6 mil foi o Barrancas Blancas, montanha de 6119 metros que das que pretendíamos escalar tinha o acesso mais fácil.

Em nossa expedição ao Ojos estava o Pedro Manuel, português que estava em sua segunda tentativa de fazer o teto do Chile. Como na primeira ele já havia escalado o San Francisco, usado na aclimatação do Ojos del Salado dois anos antes, ele se juntou a mim e ao Rui para fazer o Barrancas e nessa minha companheira e esposa Maria Tereza Ulbrich acabou se juntando para formar a equipe.

Barrancas Blancas (6119m)

Deixamos o acampamento em Laguna Verde um pouco depois que o grupo normal seguiu para o San Francisco e logo sentimos a primeira dificuldade no Barrancas. A noite estava sem lua e foi muito complicado encontrar o caminho para o local onde começa a caminhada na montanha. Basicamente foi uma guiada às cegas, procurando marcas de pneu no deserto, mas acabamos encontrando.

Chegamos até 4800 metros dirigindo e de lá começamos nossa caminhada madrugada a dentro. De principio fazia muito frio e por isso não parávamos para caminhar e nem para olhar a rota no GPS. Assim, acabamos subindo uma crista errada na escuridão. Descobrimos isso apenas ao amanhecer, quando tiramos um pouco da roupa pesada usada para aguentar o frio da madrugada.

Diagonal do Barrancas Blancas.

Na correção da rota, fizemos uma diagonal por uma parede inclinada com material solto que foi bem exaustivo e chegamos na base da pirâmide final, atingindo o cume por volta das duas e meia da tarde, dez horas e meia depois que começamos a caminhar! No cume, um visual incrível para o Ojos del Salado e outras dezenas de montanhas com mais de 6 mil, dentre elas as que iríamos escalar nos próximos dias. Isso foi no último dia de fevereiro deste ano bissexto.

No dia 1 de Março, desci com a Maria à Copiapó para deixar os clientes que só iriam escalar o San Francisco e voltar pra casa. Aproveitamos para celebrar a escalada, fazendo um jantar de despedida. Estas descidas para a civilização são ótimas parar colocar os assuntos em dia, mandar e ver notícias, tomar um bom banho e pelo menos passar uma noite numa boa cama. Até então, tudo estava normal. Soube dos últimos jogos do meu time, e não pude deixar de notar que o assunto Coronavírus estava mais presentes nos jornais online. No entanto, ele parecia algo distante.

Eu, Rui, Maria e Pedro no cume do Barrancas Blancas.

Ermitaño (6133m)

No dia 2 de Março já estávamos de volta ao acampamento Laguna Verde, dando notícias a quem havia ficado e tentaria escalar o gigante Ojos del Salado naquela madrugada. Rui, Maria e eu, no entanto, tínhamos outro destino. Depois que o grupo saiu para fazer cume no vulcão mais alto do mundo, nós saímos sozinhos em nossa caminhonete rumo ao pouco conhecido Ermitaño seguindo o tracklog do Max de 2012, quando ele fez de moto.

A aproximação de madrugada foi terrível, a navegação no escuro super difícil e pegamos o amanhecer ainda baixo no Ermitaño. Novamente a escuridão da madrugada nos limitou a seguir o tracklog. Não dava para ver que era uma furada! Basicamente fizemos um “C” totalmente desnecessário. Só não ficamos bravos, pois o visual era compensador.

Subida ao Ermitaño com muita neve.

Eu, Maria e Rui no cume.

Vista do cume do Ermitaño

Havia nevado no dia anterior e tudo era maravilhoso. Mesmo longo, escalar o Ermitaño foi muito lindo. Compensou o cansaço e o caminho extra, afinal começamos a caminhar antes de 4 e só chegamos as 15 horas no cume! Ter a chance de ver a puna nevada do cume de um 6 mil não tem preço e este cume certamente é um que quero um dia repetir, mas na próxima acampando no lago que fica no colo com o Peña Blanca, outro 6 mil que escalaríamos mais tarde.

A volta ao acampamento foi de comemoração, embora o grupo do Ojos só tenha retornado muito depois de nós. Foi a ultima noite com mais estrutura que dava apoio ao grupo maior. No dia seguinte desmontamos nossa cozinha, nosso domo refeitório e todo o grupo desceu a Copiapó, incluindo Maria e Rui, que retornaram somente no dia 3 de março quase a noite, trazendo na bagagem algumas novidades, das quais não estava nada sobre o tal vírus que assolava a Europa.

El Muerto (6518m)

No dia 4, apenas descansamos e no dia 5 aproximamos de caminhonete o Nevado El Muerto, a mais baixa das 16 montanhas com mais de 6500 metros nos Andes. Novamente deixei de seguir meus instintos e com medo de descer uma pendente com areia e deixar o carro no local que aparentemente era o melhor para se acercar da montanha, deixei ele mais alto, num ponto mais distante.

Local de estacionamento na base do El Muerto com o Ojos del Salado ao fundo.

Ascensão ao acampamento alto do El Muerto

Acampamento alto do El Muerto a 5900 metros de altitude.

A distância, no entanto, foi compensadora para observarmos a extensão e a beleza da Puna. Aclimatados, não tivemos muita dificuldade de galgar uma crista e montar nosso acampamento numa altitude de 5900 metros! O local de acampamento não tinha nenhum indicio que já tivesse sido usado antes. Aplainamos o terreno e nos abastecemos de água derretendo o gelo de uns penitentes ao lado. Nevou e ventou a noite, mas bem abrigados nem sentimos.

O frio era muito intenso, por isso apenas começamos a caminhar nos primeiros raios de sol, o que ajudou bastante na navegação. Mais certeiros, chegamos ao cume às 11:45 da manhã e passamos bastante tempo lá em cima admirando as montanhas que ficam atrás do Ojos del Salado e não são vistas desde o Chile: Walther Penck, Nascimiento, Volcán del Viento e Medusa, 4 montanhas de 6 mil muito isoladas que estão na nossa mira!

A descida foi sem grandes problemas. Desmontamos acampamento rápido e nos colocamos em marcha para voltar até o carro. Tivemos o drama de ter que subir para chegar até nosso veículo, que para variar só dava para ver quando estávamos em cima dele. É uma sensação maravilhosa descer de um gigante como o El Muerto e chegar no carro e ele dar partida normalmente! Na Puna sempre esperamos o pior…

Crista antes de chegar no cume do El Muerto.

Eu, Maria e Rui no cume do El Muerto.

Vista do cume do Muerto 1

Vista do cume do Muerto 2.

El Fraile (6062m)

Como o El Muerto era a maior montanha de nosso projeto. Deixamos o dia seguinte para descanso. Porém à tarde Rui e eu saímos para fazer o reconhecimento da aproximação 4×4 de nosso próximo cume, o Fraile.

Eu havia feito esta aproximação com a caminhonete Andina junto com o Waldemar Niclevicz em 2013. Minha lembrança não era boa, pois a caminhonete ferveu duas vezes. Naquela ocasião fizemos esta aproximação para escalar o Incahuasi, um gigante de 6638 metros que faz o Fraile de 6068 metros parecer pequeno. O local onde o carro chegou em 2013 tinha tanta areia fina, que o vento a transportava para dentro da barraca, passando por entre a tela mosquiteira. Foi tanto perrengue que assim que descemos do Incahuasi decidimos ir embora e achei que nunca mais teria a chance de fazer o Fraile, que de principio não estava em nossos planos para este ano.

Enquanto eu estava guiando a primeira expedição da Puna deste ano, meus amigos Tiago Korb, Luciana Moro, Vinicius Vieira e Ediceu Pereira fizeram o Fraile e isso me encorajou a tentar, embora a experiência deles foi de muita perrengue. Enfim, terminou que naquele dia eu e o Rui fizemos o reconhecimento do caminho 4×4 e não achamos muito difícil e isso nos motivou bastante para voltar lá no meio da madrugada junto com a Maria. Assim, às 6:50 do dia 9 de março já estávamos caminhando rumo ao cume da montanha.

A dificuldade do Fraile, no entanto, é sua vertente muito inclinada que na maioria das vezes não acumula neve. Chegamos na base do Headwall da montanha ao amanhecer e isso nos permitiu traçar um caminho melhor na montanha, diferente do tracklog do Maximo que era muito direto e inclinado. Por este caminho fizemos uma ascensão rápida, chegando ao sub cume às 10:50 e ao cume verdadeiro às 12:20, onde comemoramos bastante. Este foi meu cume andino de seis mil metros de número 50! Um número que, ao que parece, foi só alcançado por mim e por outras 3 pessoas no mundo todo.

Amanhecer no Fraile com o Incahuasi ao fundo.

Subida do Fraile.

Cume do Fraile

Vista do cume do Fraile 2

Vista do cume do Fraile 1

Vicuñas (6072m)

Tivemos um dia merecido de descanso, onde discutimos nossas últimas tentativas de escalada. Rui queria muito decolar do cume de um 6 mil e a montanha que aparentemente dava as melhores condições, por conta da direção normal dos ventos, era o Peña Blanca, que pretendíamos deixar por último. Como tínhamos tempo, era possível fazer mais uma montanha e escolhemos fazer o Vicuñas, que havia escalado em 2015.

Com uma aproximação um pouco mais “manjada”, não tivemos dificuldades em chegar na base da montanha. Porém, a noite escura nos levou uma rota diferente da que havia feito 5 anos antes. A semelhança do relevo, no entanto, só me fez perceber quando estávamos bem alto e nem achei ruim, pelo menos até ali, pois no final percebi o motivo que aquela rota não tem nenhum rastro humano: Ela chegava num falso cume e nos obrigava perder altura para chegar num colo e de lá atingir o cume verdadeiro a 6072 metros. Nosso quinto na expedição.

Ascensão ao Vicuñas pela manhã

Vista para o cume principal do Vicunhas desde o cume secundário.

Cume do Vicuñas

Vista do Vicuñas 1

Vista do Vicuñas 2

Peña Blanca (6030m)

Sem dia de descanso, partimos na noite seguinte para o Peña Blanca. A ideia seria começar cedo, pois desceríamos à Copiapó no mesmo dia. Outro motivo seria para chegar ao cume ao amanhecer, que é quando há menos vento e é mais seguro decolar de parapente.

Acordamos saímos do acampamento às 2 da manhã e levamos uma hora e meia para chegar ao local onde começa a trilha (no modo de dizer, pois nenhuma das montanhas que fizemos tem trilha). Logo ao chegar reparo que minha garrafa abriu dentro da mochila, molhando todo o conteúdo dentro que congelou na hora. Fiquei bravo comigo mesmo por deixar uma coisa tão básica acontecer, Rui e Maria riram de mim.

Foi uma ascensão gelada. Contava os segundos para ver o sol nascer no horizonte. Chegamos ao cume ainda sem nos aquecer direito. De todas as montanhas que fizemos, sem dúvida foi a mais fácil, mas a mais fria também. Infelizmente Rui não decolou de parapente, pois não estávamos com equipamentos de comunicação suficiente para fazer o resgate. Na Puna perdemos noção das distancias e tudo é desproporcional. Em todas as descidas tivemos dificuldade em achar o carro, na verdade só seguíamos os tracklogs, porém só conseguíamos ver o carro muito perto. Imagina uma pessoa?

Descemos do Peña Blanca, onde Rui completou seu 12 cume de 6 mil, Maria seu 18 e eu meu 51. Boa ideia? Bom, a melhor foi o que fizemos: Desmontamos tudo, jogamos no carro e partimos para Copiapó comemorar!

Eu ,Maria e Rui no cume do Peña Blanca. Nossa ultima montanha da expedição.

Um mundo diferente

 

Chegando em Copiapó e ainda demoramos para perceber o que estava acontecendo. As fronteiras dos Estados Unidos estavam fechadas e de vários países da Europa também. A principio pensei que isso era só lá e que não sentiríamos tão cedo os efeitos do Coronavírus.

No dia seguinte fomos a Santiago de ônibus, numa longa e entediante viagem. Na rodoviária, todos com máscara, televisão ligada com notícias o tempo todo. Havia rumor de que o Chile fecharia suas fronteiras naquela noite. Foi uma viagem ruim, pois a preocupação era grande. O Brasil estava no centro das notícias pelo fato da comitiva presidencial ter viajado aos Estados Unidos e retornado infectada e havia rumores de que o presidente estava doente.

Chegamos em Santiago tarde da noite. No caminho à rodoviária, pegamos transito. Um prédio havia sido incendiado por manifestantes. O clima era ruim, pois o Chile ainda não havia saído de sua “primavera árabe”. Muros pichados, comercio protegido com cercas e arame. Vi uma Santiago diferente daquela bela e vibrante cidade do passado.

No aeroporto, uma certa tensão. Fizemos o check in sem muitos problemas, apenas a Cia aérea que cobrou a bagagem extra do Rui, mas que na hora de embarcar não tinha registros. Mas tudo bem, aqueles errinhos de sempre. Gente de máscara, voos cancelados, países que não permitiam mais receber gente. Muita informação desencontrada, incertezas ainda maiores.

Chegamos em São Paulo e a situação era diferente, o que não era bom. Não havia nenhum controle no aeroporto e deu a impressão que as pessoas não estavam dando importância ao problema. Na TV, no entanto, era noticiado mortes e caos. Não haviam muitos mortos no Brasil, mas na Itália já morriam 500 pessoas por dia. Isso foi no dia 15 de março. Um pouco depois o Chile fechava suas fronteiras, no Brasil os ônibus paravam de circular, as pessoas de trabalhar. Chegamos em casa a 45 minutos do segundo tempo.

Já faz 5 semanas desde que cheguei em casa. Cancelamos muitas expedições e desde então não entra um centavo em nossa conta, pois vivemos do montanhismo. Passamos os dias dentro de casa realizando alguns trabalhos e tentando manter a motivação. A partir daí minha história é parecida com a de milhões de pessoas ao redor deste novo mundo.

É difícil descrever os sentimentos quando você se afasta da civilização e 15 dias mais tarde não tem pessoas nas ruas, o comércio está fechado, as pessoas estão em casa, as noticias que vemos convergem todas para o mesmo assunto. Demorei em acreditar naquilo que meus olhos viam.

 

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Sobre o autor

Pedro Hauck natural de Itatiba-SP, desde 2007 vive em Curitiba-PR onde se tornou um ilustre conhecido. É formado em Geografia pela Unesp Rio Claro, possui mestrado em Geografia Física pela UFPR. Atualmente é sócio da Loja AltaMontanha, uma das mais conhecidas lojas especializadas em montanhismo no Brasil. É sócio da Soul Outdoor, agência especializada em ascensão em montanhas, trekking e cursos na área de montanhismo. Ele também é guia de montanha profissional e instrutor de escalada pela AGUIPERJ, única associação de guias de escalada profissional do Brasil. Ao longo de mais de 25 anos dedicados ao montanhismo, já escalou mais 140 montanhas com mais de 4 mil metros, destas, mais da metade com 6 mil metros e um 8 mil do Himalaia. Siga ele no Instagram @pehauck

3 Comentários

  1. Henrique Costa Lima em

    Que lugar! Daqueles que não deve dar vontade de sair do cume e apenas ficar observando tudo ao redor, aquela imensidão e todas as montanhas em volta! Bela expedição!

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