Ele espicha suas altas encostas forradas de pasto, reflorestamento e mata ciliar ao largo da margem esquerda da Represa de Pirapora (SP) e os quase mil metros do seu ponto culminante tem formidável panorâmica de toda região. É o Alto do Tuaçu, simpático serrote próximo à Pirapora de Bom Jesus que não deve nada a seus vizinhos mais ilustres, como o notório Capuava ou o mais ilustre Voturuna. Situado em propriedade particular, porém de facílimo acesso, este é o relato detalhado desta prosaica incursão de pouco mais de meio período que, mesmo não possuindo as alturas ou desafios da Mantiqueira ou Serra do Mar, é pedida certa pruma chinelada sussa e altos visus nos arredores da famosa cidade peregrinatória.
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Descrevo a seguir duas das principais montanhas da Bocaina. A mais conhecida, a Pedra do Frade, já foi assunto de uma de minhas primeiras colunas. Mas o Tira Chapéu é também visitado, em contraste com a desconhecida Pedra Alta.
Estávamos no Pico da Neblina, o teto de nosso país, esplendidamente isolados do resto do mundo. Naquela límpida manhã em que esperávamos pelo nascer do sol, avistei contra sua luz três corcovas flutuando no mar verde da selva amazônica. Fiquei curioso e mais tarde soube pelo antigo garimpeiro Arlindo que se tratava do Pico Guimarães Rosa – o escritor chefiou a demarcação da fronteira com a Venezuela, quando teria havido o primeiro relato de conquista do Neblina.
Como medida compensatória por ter recusado um convite para participar da travessia Transmantiqueira, decidi para aliviar a frustração e aproveitar a longa janela de tempo perfeito, escolher algo desafiador por aqui mesmo.
Volto a falar de uma região que para mim é única: o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro criado em nosso país. Escrevo agora brevemente sobre sua geologia, sua fundação e sua natureza. Desde muito tempo visito este espaço esplêndido e emocionante, hoje menos do que antes, mas sempre com o mesmo assombro inicial. Não importa se para você são os Órgãos, o Espinhaço ou o Marumbi, o Caparaó ou as Chapadas, nunca perca a capacidade de se maravilhar com esses milagres da natureza.
Se você recuar algumas colunas, encontrará menção à Pedra da Mina, quando falei sobre a Travessia da Serra Fina, da qual ela é uma de suas montanhas centrais, além de seu ponto culminante.
Se você recuar para meu texto sobre a TransMantiqueira, verá referências a duas destas travessias de crista, da Serra Fina e do Marins. Acrescento agora a da Serra dos Órgãos.
Já escrevi antes sobre a TransMantiqueira, uma trilha de 400km que atravessaria toda esta serra. Eu nunca a completei, talvez um dia eu faça, pois já percorri sua maior parte. Mas, se tivesse feito, gostaria de chegar a seu fim por uma dessas travessias no interior do PN Itatiaia, que descrevo a seguir.
Idealizada na década de 60 pelo lendário montanhista paranaense Vitamina (Henrique Schmidlin), mas conquistada somente nos idos de 90 pelo Máfia (Paulo César Souza) e o Dalinho (Dálio Zippin Neto) a Alpha-Ômega recebe este nome por percorrer a Serra do Marumbi do começo ao fim.
Ele é o guardião de Mairiporã, município que dista 40km da capital paulistana que repousa seu ar pacato e interiorano a seus pés. Também conhecido por Morro do Juqueri e ponto mais alto da região, o Pico do Olho D’água deve seu nome aos veios do precioso liquido que brotam em suas encostas serranas.